Quando a bondade se integra à paisagem


Enquanto nosso amigo usa toda sua energia pra vencer mais essa adversidade, percebemos o quanto o bem que irradia, postado diariamente ali nas cadeiras do Pão Fofão, nas mesinhas do Sabor & Definido, por ser raro, quase imperceptível, acabou se integrando à paisagem.

Quantas vezes poderíamos ter parado para lhe dar um abraço, agradecer por estar sempre solícito, com a fidalguia conduzindo seus atos, mas adiamos porque o bem é discreto. Só faz o bem. Não assusta, não faz barulho. Não machuca.

Certamente vai estar postado ali no dia seguinte. Paramos, sim, em frente à televisão na compra do pão, para saber quem o Covid levou.

Balas perdidas, denúncias de corrupção, a CPI que se alastra na Globo News, são tantos os males que nos atraem, ou assustam, que mal percebemos que são eles que nos colocam de pé, ao lado das bancas de jornais, apreciando o sangue que diariamente destila por suas manchetes.

A humanidade foi levada a isso. Subestimar o bem e dar audiência e atenção ao mal. Afinal, quem pararia na correria cotidiana para ler uma notícia do Padre Marcelo Rossi doando cobertores para uma instituição de caridade?

Que saco! Não venderia um jornal. 

Não fez mais que a obrigação!.

Só que hoje, quinta-feira, já faz uma semana que não vemos o Telmo sentado ali. Nem acolá. E percebemos que a paisagem mudou. E para bem pior. "Sabiam que o Tarcisio se foi!" "Ontem [quarta-feira, 11] foi o Paulo José!".

Que pena!

Passei agora por elas. E posso afirmar que as ruas Quatorze de Dezembro, data do aniversário da cidade, esquina com a Sete de Setembro, independência do Brasil, pouco justificam suas históricas datas diante de uma Três Rios entristecida. E dependente da presença de um dos seus mais ilustres cidadãos.

Então, vamos combinar. Quando ele reassumir o seu lugar, vamos dar moral ao bem. E lhe conceder mais que um alô. Do que um mero "Oi, Telmo!". No mínimo, parar para lhe conceder um abraço.

Quanto ao mal, tão propagado, campeão de audiência no Jornal Nacional, nem precisa acenar. Vai estar bem, obrigado, enquanto não lutarmos por exaltar valores e sentimentos mais nobres.

Por José Carlos Padilha

1 Comentários

  1. Parabéns José Roberto Padilha é uma crônica em homenagem a um ilustre personagem da historia e memória da nossa cidade. O Conselho de Politica Cultural aplaude a iniciativa e gostara que se tornasse realidade. Essa cadeira pode ser registrada no Livro de Tombo Histórico da Cultura Trirriense.

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