A preservação do centro urbano

Avenida Condessa do Rio Novo, anos 40 -  acervo da Casa da Cultura
O centro da cidade de Três Rios passa por um intenso processo de transformação de sua morfologia urbana nos últimos anos, momento em que também pode ser verificado na cidade uma constante migração espacial de atividades comerciais.

Diferente de grandes centros urbanos, onde a elite transferiu-se para bairros distantes do centro, aqui sempre foi e continua sendo ocupado principalmente pelos setores mais ricos da população, que encontram no centro não só trabalho, mas locais de consumo e lazer.

Considerado por muito tempo a área de comercio mais importante da cidade, a Avenida Condessa do Rio Novo vem se degradando e com uma constante migração do comércio.

Nessa parte da cidade teve início o primeiro fluxo populacional e a construção de um núcleo urbano que se formou em torno da estação de Entre Rios.

Nesse momento, em que a cidade passa por transformações em sua paisagem cultural muitas tem sido as reflexões por parte da sociedade sobre a preservação do patrimônio cultural.

Sabemos que em todas as esferas de governo existem ou deveriam existir órgão que devem participar das discussões junto as tomadas de decisão do executivo ou a criação de leis sobre o assunto no legislativo. Esses órgãos devem ou deveriam participar das discussões e do planejamento urbano.

Inserindo no planejamento urbano as dimensões do patrimônio cultural, pode auxiliar na superação da visão negativa do patrimônio cultural como um modo de congelamento de formas e usos, associado principalmente ao tombamento, que acaba prejudicando um efetivo reconhecimento e importância do patrimônio cultural urbano.

Um elemento relevante que se insere na dinâmica urbana contemporânea, e que em muitos casos se relaciona com a questão do patrimônio cultural, seriam os projetos de revitalização de áreas centrais. 

Desse modo muitas ações sobre o desenvolvimento dos centros urbanos poderiam ser realizadas junto com a população para que ela possa ter uma compreensão maior da importância da preservação, da memória e da história. Para que possa fazer sentido e ter uma explicação para a degradação do patrimônio cultural que vem acontecendo a pretexto de modernização.

Não existe apenas um projeto e esse projeto não deve beneficiar apenas uns poucos, ignorando as possibilidades da inclusão do cidadão nas decisões e no sentido de pertencimento, no direito de participar, no direito à cidade, como algo que não deve ser entendido apenas como o acesso e usufruto da cidade, ao contrário, com o poder de reinventa-la, participando de suas transformações.

Importante a revitalização da Avenida Condessa do Rio Novo, espaço público da história, da memória e da cultura trirriense e futuramente para o turismo local e regional com a chegada do trem turístico Rio Minas.

Por Vera Alves
Imagem: Reprodução

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