Projeto lança livro com poesias escritas por idosos residentes em asilos no estado do Rio



Lázaro - Lar Maria Nazareth (Rio Bonito) / Andrelina - Lar Comum o Bem de Todos (Itaocara) / Elizabete - Lar Maria Nazareth (Rio Bonito)

O Projeto Cultural Atitude lançou no início do ano uma proposta cultural no Rio de Janeiro, a Fábrica de Poesia. A ideia é promover uma oficina de criação poética gratuita e online voltada para lares de idosos do estado que, por causa da pandemia, não podem receber visitas.

O projeto "Fábrica de Poesias" foi contemplado no edital #retomadacultural, idealizado pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do RJ. É mais uma das iniciativas da Lei Aldir Blanc.
 

Na região, três casas foram contempladas e participaram do projeto: Lar Vicentino em Paraíba do Sul; Casa de Repouso Lar São Jorge, em Três Rios; e Lar dos Velhos de Conservatória no município de Valença.

Para adquirir um exemplar é muito simples: ao realizar uma doação de fraldas geriátricas neste mês de julho, você ganha o livro "Fábrica de Poesia" citadas anteriormente. Confira a seguir a lista com todos os lares das demais cidades do estado:

  • Araruama / RJ: Lar de Idosos São Francisco de Assis
  • Campos do Goytacazes / RJ: Lar Associação Mantenedora Asilo N. Sra. do Carmo
  • Cantagalo / RJ: Lar Asilo da Velhice Visconde de Pinheiro
  • Carmo / RJ: Lar Casa do Pobre Padre Cristóvão de Almeida Machado
  • Itaocara / RJ: Associação Beneficente O Lar Comum Bem de Todos
  • Paraíba do Sul / RJ: Lar Vicentino
  • Resende / RJ: Lar ILPI Asilo Nicolino Gulhot para Velhice Desamparada
  • Rio Bonito / RJ: Lar Maria Nazareth
  • Santa Maria Madalena / RJ: Lar Caixa de Esmolas São João da Escócia
  • São Fidélis / RJ: Lar Associação Lulu Machado
  • Silva Jardim / RJ: Lar João Maria
  • Teresópolis / RJ: Lar Departamentos Social São Vicente de Paulo
  • Três Rios / RJ: Casa de Repouso Lar São Jorge
  • Valença / RJ: Lar dos Velhos de Conservatória


Início do Projeto

Thiago Dunard, idealizador Projeto Cultural Atitude, conta um pouco como foi a experiência, tradicional dentro do grupo, mas realizada dessa vez de forma virtual.

“Sempre que fazemos alguma atividade cultural em determinada cidade, separamos um tempo para visitar alguma instituição. Era um trabalho voluntário e que amamos demais. No entanto, com a pandemia, começamos a nos perguntar como estariam os idosos residentes nessas casas, que de uma hora para outra não poderiam receber mais visitas.”

“Eles traziam informações que nos emocionaram muito. Por exemplo, o encontro seria amanhã e esses profissionais pediam para que enviássemos algum áudio ou vídeo já que não se falava de outra coisa na instituição. Teve um caso em que um idoso estava chorando emocionado porque não queria que a ligação terminasse. A gente enviava algumas histórias por vídeo para que estivéssemos sempre próximos deles de alguma forma.”

Além do bombardeamento de notícias da pandemia, em boa parte enfocando o risco que pessoas da terceira idade tinham ao contrariar as doenças, Thiago e sua equipe começaram a conversar com diretores que destacavam como as visitas, as brincadeiras e as conversas estavam fazendo falta para os idosos.

“Foi aí que a gente resolveu começar com essas interações virtuais. Num primeiro momento surgiu como um trabalho voluntário contando histórias e se desenvolveu até a ideia de um projeto inscrito no edital da Secretaria de Cultura do estado do Rio.”


Resultados da iniciativa

Um dos setores mais atingidos pela pandemia foi o cultural, caso de Thiago e sua esposa que de uma hora para outra tiveram suas atividades interrompidas. Quando aprovados pelo edital, a reação do casal foi de extrema alegria e gratidão, já que assim poderiam aliar produção cultural com a solidariedade da ação social.

“Quando a gente começou a divulgar, em poucos dias ultrapassamos o máximo inicial que eram dez instituições, e ao longo das inscrições tentamos contemplar o maior número possível. Para a gente da área da cultura foi uma grande força para continuarmos com essas ações e retomarmos a nossa atividade”, destaca Thiago.


O idealizador também ressalta o apoio dos profissionais desses lares que foram fundamentais na ligação entre a equipe do projeto e os moradores dessas casas, e que sem eles, seria impossível realizar esse trabalho. Algo que contribuiu muito para os idosos e para os integrantes do Projeto, alguns perdendo entes queridos para a covid-19.


Futuros projetos

Thiago ainda conta sobre a expectativa de próximos projetos, tanto no dia do idoso, como no Natal e outras datas. “Hoje meu maior sonho é visitar a galera pessoalmente. A gente fala muito sobre isso e eles nos convidam o tempo todo para a gente poder se ver de pertinho. Com a vacina chegando, a gente segue com muita fé que em breve vamos estar

Além de outros projetos aqui no Rio, Thiago também tem como meta levar o projeto para todo o país. “Percebi que a demanda é muito grande. Algumas instituições de fora do Rio de Janeiro conheceram nosso trabalho nas redes sociais, do Nordeste, de São Paulo, e pediram para participar, algo que não podíamos, já que o edital era restrito ao estado fluminense. Mas meu sonho é trazer isso a nível nacional, e quem sabe levar para o Brasil inteiro.”
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