
Jogadores do Náutico
Mesmo pessimistas diante do atual momento do futebol brasileiro, em que as equipes que nos concedem prazer de ver jogar precisam vender um Gerson para fechar o balanço, outras se desfazem de suas jóias lapidadas em Xerém para colocar a folha em dia, aceitamos o convite da Globo e fomos assistir Vasco x Náutico.
E acabamos surpreendidos com uma exibição de gala da equipe pernambucana. O primeiro tempo do Náutico, impecável em todos os aspectos, deve ser gravado e exibido em cada escolinha de futebol do país.
Não por acaso, está invicto há muitos jogos e lidera com folgas a Serie B. Um time formado por bons e experientes jogadores, comandado por um treinador cascudo, que se encaixaram como uma luva num sistema de jogo veloz, intenso e audacioso. Mesmo em São Januário, nem tomaram conhecimento do tamanho do Vasco.
E estão com prazer de jogar.
Acontece a cada passagem do cometa Halley a aparição de um time assim. O São Paulo, de Rai, Silas e Muller, o Flamengo, de 81, a Academia do Palmeiras, de Dudu e Ademir da Guia, a Maquina Tricolor, de Roberto Rivelino, foram equipes que deixaram um rastro de brilho pelos gramados.
Sem exageros, o Náutico tranquilamente poderia estar na primeira divisão e disputando a Libertadores.
Não é fácil alcançar um nível de entrosamento assim. Que seus dirigentes consigam manter o elenco, prestigiar seu treinador, para que outras exibições como a de ontem nos façam readquirir a confiança no futebol brasileiro.
Parabéns, Náutico, e obrigado por nos oferecer o melhor programa e a maior surpresa do domingo.
Por José Roberto Padilha
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