Viver e Envelhecer – Parte XIII

Sabe-se que a espécie humana é a que mais depende da geração anterior para a sua sobrevivência. Precisamos adquirir uma série de conhecimentos, competências e habilidades para que possamos sobreviver no meio social. Precisamos de cultura, educação, valores, afeto, acesso à saúde etc.

Algo que nos torna seres privilegiados em relação a outras espécies é a capacidade de nos comunicarmos, como nos comunicamos, de receber e transmitir informações, lembranças, memórias e, claro, história. 

Somos muito dependentes das heranças das gerações anteriores, mas vale lembrar que estamos em constante processo de transformação. Essa soma de fatores nos torna únicos no planeta. É claro que, em certo ponto, podemos buscar melhores respostas e posicionamentos ao questionar o que nos é transmitido.

"Até que os leões inventem suas histórias, os caçadores serão sempre os heróis das narrativas de caça.” - Provérbio Africano

Essa dependência tem seus prós e contras. Cabe a nós buscarmos o equilíbrio, utilizando as raízes da sabedoria. Quebrar correntes é possível, mas é algo que muitos não sabem ou ousam fazer. Sabemos, olhando para o contexto social, que certas diferenças existem a milênios e que ainda existem estruturas que favorecem determinados indivíduos em relação a outros, num contexto geraltudo isso envolve questões como, a busca por poder e por mantê-lo, herança, influência, afinidade etc. Mas isso é assunto para outro artigo.

Tratando-se de viver e envelhecer, podemos dizer que uma das poucas certezas que temos é a existência da morte. Como seres pensantes que somos, temos procurado até mesmo alternativas para ela. Formas de driblá-la.

A ciência tem realizado estudos neste sentido.Tem-se hoje conhecimento da existência do Tardígrado, o animal mais resistente do planeta Terra, quase imortal. Esses minúsculos organismos são muito resistentes, algo que os eleva, na visão de muitos, a serem considerados os seres mais resistentes de todo o universo conhecido.

Eles possuem características únicas e impressionantes de adaptação. É claro que não somos tardígrados, mas isso fortalece o imaginário coletivo. No Egito antigo os Faraós e pessoas de relativa importância no contexto social tinham seus corpos embalsamados e mantidos em estruturas, como as famosas pirâmides do Egito.

Isso acontecia pelo fato dos egípcios acreditarem na vida após a morte. Eles realizavam o processo de embalsamamento para conservá-los até a próxima vida. Era esse o motivo pelo qual os egípcios mumificavam os corpos dos faraós, integrantes da nobreza, sacerdotes e até mesmo animais tidos como sagrados. O processo de mumificação consiste na retirada dos órgãos do corpo,que passa por um processo químico denominado embalsamamento, e físico, que inclui o uso de faixas feitas de panos.

Os egípcios se destacaram muito no processo de mumificação, mas não foram os únicos, nem os primeiros. Sabemos hoje que processos semelhantes eram realizados em povos da América do Sul, antes mesmo que os egípcios, para que os corpos de seus indivíduos pudessem ser preservados, como nos Andes, por exemplo, onde adultos, crianças e até mesmo famílias inteiras passavam pelo processo de mumificação.

Povos antigos envolvidos por suas culturas enterravam tesouros e enviavam seus corpos para que pudessem estar intactos na próxima vida. Isso nos mostra como a vida e a morte habitam o imaginário coletivo e a importância de se falar sobre o assunto.

Vale lembrar que o processo de mumificação não existe exclusivamente por conta de crenças na vida após a morte. Podemos ver líderes religiosos que são embalsamados não por acreditarem que isso garanta uma preservação de seus corpos na vida pós morte. O mesmo acontece com pessoas comuns que têm seus corpos preservados e, claro, líderes políticos que não necessariamente acreditavam em tais crenças, mas que têm seus corpos preservados por uma série de fatores.

Vale destacar que existem casos muito raros em que os corpos permanecem em relativo estado de conservação sem que haja a realização de procedimentos.

No próximo artigo daremos continuidade ao assunto.

Seja forte e corajoso. Não se apavore nem desanime.

Por Jhean Garcia


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