Oxalá




Oxalá, no sincretismo, é Jesus Cristo, a grande referência na criação da umbanda. Exaltado no seu hino, cuja letra foi publicada na coluna anterior, oxalá é o orixá reconhecido como a fonte de luz, da paz e do amor.

A luz que refletiu na Terra. A força que nos dá vida.

Oxalá é o orixá filho mais velho do grande criador - Oludumare - Deus, como é conhecido no catolicismo.

Oludumare, normalmente, não é cultuado na umbanda. Quando Deus é mencionado nos cultos, geralmente, é chamado de Zambi, termo usado pela nação angolana, embora grande parte do vocabulário usado na umbanda seja de origem yorubá, língua nigeriana.

Oxalá, foi o primeiro orixá a ser criado e a Ele foi dada a missão de criar o mundo, bem como todas as coisas que este mundo necessitasse para ser habitado. Para receber os seres vivos.

Em 1978, a escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, na letra do seu samba-enredo “A criação do mundo na tradição nagô”, menciona que o “senhor do Infinito ordena que Obatalá faça a criação do mundo”. Obatatá é Jesus, no vocabulário da vertente nagô, das religiões de matriz africana.

Oxalá representa a pureza e a simplicidade. Nos terreiros/templos de umbanda, a sua imagem se destaca no centro do congá - altar sagrado.

Jesus Cristo, também conhecido como o Senhor do Bonfim, reúne devotos de várias religiões na festa, em sua homenagem, em salvador, Bahia. Em especial, na segunda quinta-feira do mês de janeiro, quando as baianas, tradicionalmente, lavam as escadarias da sua igreja. Uma festa da diversidade, do respeito, da exaltação à liberdade religiosa, da manifestação cultural, da união pela fé, que é o que Jesus Cristo representa, pois acolhe a todos sem distinção de credo, cor da pele, condição social.

Reunidos no mesmo evento, todos os irmãos recebem o Axé -a força, a energia sagrada - vindo do Orum - o espaço divino - mais conhecido como "céu".

O branco é a cor que representa Oxalá, pois nos remete à paz e à serenidade. A sexta-feira é o dia da semana dedicado à Oxalá. Daí o hábito, que pode-se dizer cultural, do uso de vestes brancas às sextas-feiras, em especial, pela grande maioria das pessoas de fé.

Em colunas anteriores, eu já mencionei que, dentro do contexto da umbanda, e das religiões de matriz africana, todos nós temos um Orixá masculino e outro feminino no comando do nosso "ori" (cabeça em yourubá). São os chamados pais da nossa cabeça. Estes contribuem, espiritualmente, com a formação da nossa personalidade.

Aqueles que têm Oxalá sendo o seu pai de cabeça, em geral, são pessoas mais tranquilas, mais pacificadoras, de fala mansa, justas. Contudo, são teimosas e um tanto “reclamonas”.

Vale ressaltar que as características citadas descrevem o arquétipo dos filhos do orixá Oxalá, considerando Ele ser o pai da cabeça de uma pessoa. No entanto, é preciso saber qual orixá é a mãe da cabeça para que o perfil da sua personalidade seja traçado com mais exatidão, pois algumas características atribuídas a outros orixás podem minimizar ou potencializar o comportamento desta pessoa. Logo, é preciso conhecer, e há meios para isto, a coroa espiritual, preferencialmente, completa de cada pessoa para que possamos identificar as influencias dos orixás na sua personalidade.



P.S.:acompanhem as colunas, pois, futuramente, divulgarei como os interessados poderão participar de uma promoção para obterem, gratuitamente, a análise completa da sua coroa espiritual.



Que a Paz de Oxalá, um dia, possa ocupar todos os corações, na terra, pois só assim será possível evitar as grandes guerras e as pequenas batalhas, nas relações, no dia a dia.


Axé!

Por Graça Leal

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