
A gerente de banco Júlia Machado Cardoso Faria desviou mais de R$ 2 milhões de clientes da agência onde trabalhava, no centro de Três Rios, segundo denúncia do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). O caso, revelado nesta terça-feira (4), ganhou repercussão nacional e foi destaque em veículos como O Globo, G1, CNN Brasil e Estado de Minas.
De acordo com o MPRJ, Júlia atuou entre dezembro de 2022 e junho de 2024, período em que 91 correntistas foram lesados, a maioria idosos que recebiam benefícios previdenciários. Ela foi denunciada por furto qualificado, praticado diversas vezes, e teve a prisão preventiva decretada, já cumprida pela Polícia Civil.
Esquema de desvio
A investigação aponta que Júlia usava sua posição de confiança para enganar clientes durante o atendimento, pedindo que digitassem suas senhas ou usassem a biometria sob o pretexto de confirmar operações rotineiras. Com essas informações, ela contratava empréstimos pessoais e consignados em nome das vítimas, sem autorização.
Segundo a Promotoria, a funcionária também criou contas-poupança adicionais em nome dos clientes, para driblar os sistemas de monitoramento do banco e ocultar movimentações suspeitas.
“Ainda em suas condutas, Júlia criava contas-poupança para os correntistas de modo a burlar os sistemas automatizados de segurança do banco, que identificariam movimentações atípicas caso fossem realizadas na conta corrente”, afirma trecho da denúncia.
Descoberta do crime
O esquema começou a ser desvendado após um cliente notar saques e depósitos irregulares, além de um empréstimo de R$ 25 mil feito sem seu consentimento. A instituição bancária abriu uma investigação interna, que revelou dezenas de casos semelhantes, todos com a mesma assinatura operacional.
Com base nas evidências, o MPRJ apresentou denúncia formal e pediu a prisão da gerente, que permanece à disposição da Justiça. A defesa de Júlia não se manifestou até o momento.

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