No dia mundial do AVC, neurocirurgião do Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição alerta para a importância da prevenção, do diagnóstico imediato e dos cuidados após o Acidente Vascular Cerebral
O Dia Mundial do AVC, celebrado em 29 de outubro, tem como principal objetivo conscientizar a população sobre a importância da prevenção, do reconhecimento dos sinais de alerta e do atendimento médico imediato da doença. O Acidente Vascular Cerebral, conhecido popularmente como AVC ou derrame, é uma das principais causas de morte e incapacidade no Brasil e no mundo. Apesar disso, especialistas reforçam que a condição pode ser amplamente prevenida com hábitos saudáveis e acompanhamento médico regular.
O Dr. Gustavo Pina, neurocirurgião do Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição, explica que os principais fatores de risco para o AVC são semelhantes aos das doenças cardíacas, pois ambos os quadros têm origem vascular. Entre os fatores mais relevantes estão a idade acima de 50 anos, hipertensão arterial, diabetes, arritmias cardíacas, colesterol elevado, tabagismo, sedentarismo, histórico prévio de AVC e predisposição genética. Ele reforça que controlar esses fatores é a forma mais eficaz de evitar a doença.
“É essencial controlar a pressão arterial e a glicemia, praticar atividade física regularmente, adotar uma alimentação equilibrada que reduza os níveis de colesterol e açúcar no sangue e cessar o tabagismo. Essas medidas simples podem diminuir o risco de se ter um AVC”, afirma o Dr. Pina.
O reconhecimento precoce dos sintomas é outro ponto crucial para o sucesso do tratamento. O AVC se manifesta por um déficit neurológico súbito, causado pela interrupção do fluxo de sangue para uma área do cérebro (AVC isquêmico) ou por um sangramento (AVC hemorrágico). Os sinais mais comuns são dificuldade para falar, fraqueza ou perda de força em um lado do corpo, queda facial e alterações na coordenação motora. Quando qualquer um desses sintomas aparece, o paciente deve ser levado imediatamente ao hospital.
Já em relação à recuperação, o tempo é o fator que mais influencia na saúde do paciente, afirma o neurocirurgião. Nos casos de AVC isquêmico, o tipo mais comum da doença em que uma artéria cerebral é obstruída, o tratamento inicial é feito com trombolíticos, medicamentos que dissolvem o coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo. O uso, porém, tem limite de tempo: o medicamento deve ser aplicado em até 4 horas e 30 minutos após o início dos sintomas. “Costumamos dizer que tempo é cérebro. Quanto mais rápido iniciamos o tratamento, maiores são as chances de recuperação”, explica o Dr. Pina.
Antes da chegada da equipe médica, a recomendação é não oferecer água, alimentos ou medicamentos à pessoa com suspeita de AVC, pois isso pode interferir no tratamento e agravar o quadro. O médico ressalta que a tentativa de agir por conta própria pode comprometer o prognóstico do paciente. “A melhor conduta é acionar o socorro e aguardar. Dar remédios ou líquidos pode prejudicar a recuperação”, orienta o especialista.
Após um episódio de AVC, o acompanhamento deve ser contínuo. Pacientes que já tiveram o evento correm maior risco de recorrência, por isso, precisam manter vigilância rigorosa dos fatores de risco e seguir todas as recomendações médicas. A reabilitação com fisioterapia e terapia ocupacional também é essencial para ajudar na recuperação de funções motoras e cognitivas. O especialista reforça que o tempo de resposta continua sendo determinante mesmo após o tratamento inicial, já que cada minuto de atraso representa uma perda de milhões de neurônios.
O neurocirurgião do Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição ressalta que a conscientização é a melhor ferramenta para salvar vidas. “O controle dos fatores de risco, o reconhecimento dos sintomas e a ação rápida em caso de emergência são as principais estratégias para reduzir a mortalidade e as sequelas da doença”, conclui o Dr. Gustavo Pina. Assessoria HCNSC


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