O preço possui custo – Precificação: o alicerce



Falar de precificação é falar de estrutura. De base. De sustentação. É compreender que o resultado financeiro importa, mas não isoladamente — ele depende de visão geral, diagnósticos precisos e planos de ação com objetivos, metas e métodos bem definidos.

O preço não é um número solto no mercado: é o reflexo de um sistema que envolve produção, produtividade, custos, lucros e resultados.

A precificação é sensível, complexa e estratégica. Tratá-la como algo simples é ignorar o essencial. Sempre “desconfie do fácil”, pois diagnóstico não é algo simples. O verdadeiro negócio é dinheiro em caixa, e não apenas volume de vendas. Vender muito não é sinônimo de lucratividade. Avaliar custos exige técnica, método e olhar sistêmico.

Nem sempre calcular o custo e aplicar um percentual resolve — isso, quando se sabe qual é a margem desejada. Existem métodos específicos para compor preços, e eles envolvem bem mais do que somar insumos e impostos. É preciso compreender custos diretos, indiretos, fixos e variáveis, mas também saber como aproveitar resíduos e subprodutos, otimizando e mitigando despesas.

Além disso, conhecer o estoque e a capacidade produtiva do parque industrial é fundamental. Produzir, distribuir e vender no atacado ou no varejo são realidades ligadas, mas diferentes. Cada modelo exige leitura própria. E, mais do que vender produtos, hoje vendem-se experiências e marcas. O cliente não compra só o que você faz — ele compra o valor que você transmite.

A concorrência influencia os preços, e entendê-la exige benchmarking: comparar, estudar e interpretar o mercado para saber como as coisas realmente funcionam. Afinal, na precificação, nem sempre o que parece é, e mexer no preço para mais ou para menos pode não ser a resposta certa. Antes de alterar valores, é preciso compreender verdadeiramente o contexto.

A visão holística é a chave. Planejamento estratégico, planos de ação e cronogramas monitorados sustentam decisões coerentes. Entradas, saídas, contas a pagar e a receber dependem diretamente da forma como os preços são estruturados. Gráficos e indicadores ajudam a transformar dados em direção.

Na indústria, por exemplo, dividir o custo mensal por 30 dias raramente reflete a realidade. É preciso considerar sazonalidades, níveis de produção e a matriz de custos (MCM) do produto. Comparar valores de mercado e ajustar parâmetros internos faz parte da análise profissional.

É essencial compreender também a diferença entre markup e margem de contribuição, pois ambos impactam diretamente a precificação e a rentabilidade. Saber calcular corretamente o ponto de equilíbrio — o momento em que o faturamento cobre exatamente todos os custos e despesas do negócio, sem lucro e sem prejuízo — é o limite mínimo de segurança financeira: abaixo dele, a empresa perde dinheiro; acima dele, começa a lucrar. Além disso, o mix de produtos exerce papel decisivo na formação de preços, pois influencia tanto o volume de vendas quanto o equilíbrio entre produtos de alta e baixa margem.

A precificação conecta todas as áreas da empresa: administrativa, contábil, fiscal, de gestão e operacional. Quando há integração, organização, padronização e comunicação transparente, o resultado flui. É aqui que se distingue o amadorismo do método bem estruturado.

E é justamente nesse ponto que a liderança assume papel crucial.
Os tomadores de decisão são responsáveis por manter a coerência entre estratégia e execução, interpretando os dados com visão crítica e sensibilidade empresarial. Uma liderança ausente ou despreparada pode distorcer o sentido dos números, comprometendo margens, posicionamento e competitividade. Já líderes preparados, conectados com os indicadores e com suas equipes, transformam a precificação em uma ferramenta de crescimento e sustentabilidade.

Vivemos em um mundo VUCA, marcado por volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade. Nesse ambiente, “cada ponto cego é um ponto fraco”. Diagnosticar, tratar e prevenir as dores empresariais é vital para a saúde organizacional e a sobrevivência do negócio. Afinal, “qualquer pirâmide com a base frágil tende a ruir em determinado momento.”

A margem de lucro, os níveis de qualidade e o público-alvo devem caminhar juntos. Produção e produtividade são conceitos próximos, mas não sinônimos. E, acima de tudo, “de nada servem as bússolas quando não se sabe aonde quer chegar.” É preciso direção, propósito e alinhamento.

Nunca é tarde para corrigir rotas. “Antes tarde do que nunca.”
Rever processos, fortalecer bases e dar novo sentido à organização é um ato de inteligência e maturidade empresarial. “Apenas o homem pode tornar-se o canibal de si mesmo”, e isso também vale para empresas que consomem sua própria estrutura por falta de visão.

Lembre-se: “qualquer árvore já foi semente um dia. Toda pessoa já foi um bebê que precisou de ajuda. Ninguém faz nada sozinho. Se você pensa desse modo: semente.”

A precificação é isso — o alicerce invisível que sustenta a solidez visível. O preço possui custo, e o custo de errar pode ser alto demais.

Se você acredita que você, a sua empresa, a empresa/instituição onde trabalha ou alguma outra pode melhorar de forma mais significativa, mantenha essa ponte de conhecimento aberta e entre em contato!

Não seja Mediano ou Mais para Menos! Seja Mais para Mais!


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Até o próximo artigo!

Seja forte e corajoso. Não se apavore nem desanime.

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