População do bairro Arcádia acusa Light e cobra ação da Prefeitura; problema se repete em outros bairros
Redação
Moradores do bairro Arcádia, em Miguel Pereira, bloquearam na noite de segunda-feira (20) a ponte sobre a RJ-125 e atearam fogo em pneus em protesto contra a falta de energia elétrica. O bairro está há quatro dias sem luz, segundo os moradores, e a Light, concessionária responsável pelo serviço, ainda não apresentou solução definitiva.
Os protestos começaram por volta das 10h e interromperam o trânsito na principal ligação do bairro. “Cadê o prefeito e os vereadores? Em Miguel Pereira eles não representam o povo”, disse uma moradora. Outro relato ouvido pela reportagem resume o clima de indignação: “Estamos abandonados. Já perdi meu freezer e ninguém faz nada”.
O fornecimento irregular de energia em Arcádia é recorrente. Em grupos de mensagens e redes sociais, moradores relatam quedas constantes e prejuízos materiais. “Pago mais de R$ 400 de luz para o fornecimento cair todo dia e toda hora. Isso é inadmissível”, afirmou uma residente.
Em outro ponto da cidade, foi por volta da sexta-feira que os cortes de energia começaram. No fim de semana, a situação se agravou. No Village São Roque, outro bairro fora do centro da cidade, um morador relatou: “Fiquei 12 horas sem energia, a Light só apareceu por volta das 16h e a luz voltou às 19h. Aqui não tem tempo ruim ou bom: ventou, acabou a luz”.
Crise se espalha
As falhas no sistema elétrico atingem também outras áreas do município. O histórico de interrupções já vinha sendo denunciado. Em publicação na plataforma Reclame Aqui, usuários alertavam para a “falta de luz constante” em Miguel Pereira, mesmo em dias de céu limpo.
A empresa Iguá Rio, responsável pelo abastecimento de água, divulgou nota informando que as “oscilações no fornecimento de energia elétrica” afetaram o serviço nos bairros Praça da Ponte, São Judas Tadeu e Guararapes, com previsão de normalização “apenas após o restabelecimento da rede”.
A Light teve sua concessão renovada recentemente e foi cobrada pela própria prefeitura ainda em abril. À época, o prefeito Pedro Paulo Quinzinho se reuniu com representantes da concessionária para tratar da instabilidade no sistema, atribuída ao impacto de galhos de árvores sobre a rede. Na ocasião, ficou acordado que a empresa faria poda preventiva e o município recolheria os resíduos.
“Mesmo não sendo competência direta da prefeitura, não podemos assistir de braços cruzados quando a população é prejudicada”, afirmou Quinzinho durante a reunião.
Apesar do acordo, os apagões continuaram e provocaram nova onda de críticas. “Onde está o prefeito que disse em comício que resolveria a falta de luz? Miguel Pereira virou uma cidade de fachada”, disse uma moradora indignada.
Até o fechamento desta edição, a prefeitura e a Light não haviam se pronunciado sobre o caso.



إرسال تعليق