Papa vai canonizar no domingo santo adolescente que tem milagre no Brasil


O Vaticano pendurou nesta quinta-feira (4) na Basílica de São Pedro, em Roma, a imagem de Carlo Acutis, adolescente ítalo-britânico beatificado em 2020 e que será canonizado no domingo (7) pelo papa Leão XIV. Ele se tornará o primeiro santo nascido no fim do século 20, apelidado pela Igreja de “santo millennial”.

A cerimônia, marcada para a Praça de São Pedro, será a primeira canonização conduzida por Leão XIV, eleito em maio após a morte do papa Francisco. A celebração estava inicialmente prevista para abril, mas foi adiada.

Acutis morreu em 2006, aos 15 anos, vítima de leucemia, justamente no dia 12 de outubro, data dedicada a Nossa Senhora Aparecida. Católico praticante, ele se dedicava a evangelizar pela internet, o que lhe rendeu o título de “padroeiro da internet” entre fiéis.

Em entrevista à Reuters, sua mãe, AntoniaSalzano, disse que o apelo do filho entre jovens católicos está ligado ao fato de ele ter levado uma vida comum. “Carlo era uma criança como as outras, brincava, tinha amigos e ia à escola. Mas sua qualidade extraordinária foi ter colocado Jesus em primeiro lugar e usado isso para anunciar o Evangelho”, afirmou.

 

Homenagens

Para marcar a canonização, o Vaticano lançará um selo especial com a imagem de Acutis sorrindo, mochila nas costas, durante uma excursão ao Monte Subasio, local ligado à memória franciscana.

Além dele, será canonizado Pier Giorgio Frassati, jovem italiano que morreu em 1925, aos 24 anos, vítima de poliomielite. Conhecido por ajudar necessitados, Frassati já era considerado um modelo de vida cristã pela Igreja.

O Vaticano tem ressaltado o simbolismo de canonizar um adolescente que viveu no início dos anos 2000. Para a instituição, a trajetória de Acutis reforça a ideia de santidade acessível ao cotidiano dos fiéis, em contraste com outros santos que também morreram jovens, como Teresa de Lisieux (24 anos, em 1897) e Luís Gonzaga (23 anos, em 1591).

 

Milagre no Brasil

Após a morte de Carlo Acutis, o padre Marcelo Tenório, da Paróquia São Sebastião, em Campo Grande, passou a realizar a missa anual de Nossa Senhora Aparecida sempre com a exposição de uma roupa que teria sangue do beato italiano.

Em uma dessas missas, no ano de 2010, um avô desesperado com o diagnóstico do neto doente o levou até a paróquia. Segundo a família, o garoto foi curado após tocar a vestimenta.

"A criança, me lembro bem, estava raquítica e tinha problemas de pâncreas anular. Ela não comia nada, não ingeria nem sólido nem líquido e teve a cura logo depois", afirmou o padre Marcelo Tenório, em entrevista ao site g1 em novembro de 2019, quando o Vaticano reconheceu o milagre realizado por Carlo Acutis.

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