
Após o falecimento de Joel São Tiago em Juiz de Fora, no último domingo (29/6), inúmeras manifestações de carinho foram postadas e enviadas a nossa redação, além das que ainda podem ser vistas nas redes sociais.
Publicamos mais homenagens, como a charge que sai na primeira página desta edição, feita pelo premiado caricaturista Ulisses Araújo — amigo do homenageado —, além da poesia declamada durante o velório no hall do Teatro Celso Peçanha, na segunda-feira (1º/7) pelo músico e professor Alan Francisco dos Santos, intitulada “O moço”, de autoria do poeta sapucaiense Moacyr Sacramento, que era muito apreciada pelo saudoso Joel São Tiago, um ícone da cultura não só de Três Rios, como de toda a região.
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Imagem: Flávia Turismo |
A sugestão da publicação chegou ao jornal por meio do professor, poeta e pintor Amadeu Guedes e da professora e colunista Izabel Daud, ambos participantes da antologia “Poemas esparsos”, criada por Joel, que reuniu 34 poetas e poetisas de Três Rios, Paraíba do Sul, Areal e Comendador Levy Gasparian.
O nome de Joel São Tiago ficará para sempre na cultura de nossa região, por sua grande contribuição em vários aspectos.
O moço
Poesia de Moacyr SacramentoNão me perguntem quantos anos tenho, e, sim,
quantas cartas mandei e recebi.
Se mais jovem, se mais velho...o que importa,
se ainda sou um fervilhar de sonhos,
se não carrego o fardo da esperança morta...
Não me perguntem quantos anos tenho, e sim,
quantos beijos troquei - beijos de amor!
Se a juventude em mim ainda é festa,
se aproveito de tudo a cada instante,
e se bebo da taça gota a gota...
Ora! Então pouco se me dá quanta gota resta!
Não me perguntem quantos anos tenho, mas...
queiram saber de mim se criei filhos,
queiram saber de mim que obras fiz,
queiram saber de mim que amigos tenho,
e se alguém pude eu tornar feliz.
Não me perguntem quantos anos tenho, mas...
queiram saber de mim que livros li,
queiram saber de mim por onde andei,
queiram saber de mim quantas histórias,
quantos versos ouvi, quantos cantei.
E assim, somente assim, todos vocês,
por mais brancos que estejam meus cabelos,
por mais rugas que vejam em meu rosto,
terão vontade de chamar "O Moço!"
E, ao me verem passar aqui...ali...
não saberão ao certo a minha idade,
mas saberão, por certo, que eu vivi!
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