
Redação
As doze escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro já definiram seus enredos para o Carnaval de 2026. A última a anunciar foi a estreante Acadêmicos de Niterói, campeã da Série Ouro deste ano. Com isso, a Marquês de Sapucaí se prepara para um desfile repleto de homenagens a grandes nomes da cultura brasileira, religiões de matriz africana, movimentos sociais e personagens históricos, alguns dos quais ainda pouco conhecidos do grande público.
A Paraíso do Tuiuti foi a primeira a divulgar seu tema. Sob o título “Lonã Ifá Lukumi”, a escola vai abordar uma vertente religiosa afro-cubana que vem sendo redescoberta no Brasil. Sem disputa de samba, o enredo do carnavalesco Jack Vasconcelos será embalado por uma obra encomendada, que será apresentada no dia 15 de agosto, uma sexta-feira.
Já a estreante Acadêmicos de Niterói optou por uma homenagem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o enredo “Do alto do mulungu surge a esperança: Lula, o operário do Brasil”, desenvolvido pelo carnavalesco Tiago Martins e pelo enredista Igor Ricardo.
Entre os destaques musicais, a Imperatriz Leopoldinense celebrará Ney Matogrosso com o enredo “Camaleônico”, de Leandro Vieira. A Mocidade Independente de Padre Miguel exaltará Rita Lee, considerada a “Rainha do Rock Brasileiro”, com “Rita Lee, a padroeira da liberdade”, assinado por Renato Lage.
Na literatura, a Unidos da Tijuca dedicará seu desfile à escritora Carolina Maria de Jesus, com um enredo que leva seu próprio nome e busca reforçar sua relevância enquanto autora e artista, indo além do estigma de “favelada”.
A Mangueira mergulhará na ancestralidade amazônica ao homenagear Mestre Sacaca, figura central da cultura afro-indígena do Amapá. O enredo “Mestre Sacaca do Encanto Tucuju – O Guardião da Amazônia Negra” é assinado por Sidnei França.
A Portela, por sua vez, irá abordar a mística figura de Custódio Joaquim de Almeida, o Príncipe do Bará, com “O Mistério do Príncipe do Bará – A Oração do Negrinho e a Ressurreição de sua Coroa sob o Céu Aberto do Rio Grande”, criação do carnavalesco André Rodrigues.
O multiartista Heitor dos Prazeres, criador do termo “Pequena África”, será o homenageado da Unidos de Vila Isabel, com o enredo “Macumbembê, Samborembá: Sonhei que um Sambista Sonhou a África”, assinado por Gabriel Haddad e Leonardo Bora, que farão sua estreia na escola.
A saudosa carnavalesca Rosa Magalhães, falecida no ano passado, será celebrada pela Acadêmicos do Salgueiro, que encerrará os desfiles com o enredo de Jorge Silveira: “A delirante jornada carnavalesca da professora que não tinha medo de bruxa, de bacalhau e nem do pirata da perna-de-pau”.
Campeã do Carnaval 2025, a Beija-Flor de Nilópolis levará à Sapucaí o enredo “Bembé”, exaltando o tradicional Bembé do Mercado, considerado o maior candomblé de rua do mundo, com mais de 130 anos de história em Salvador. O tema é do carnavalesco João Vitor Araújo.
A Unidos do Viradouro, também de Niterói, celebrará os 70 anos do mestre de bateria Moacyr da Silva Pinto, o Mestre Ciça, com o enredo “Pra cima, Ciça!”, criado por Tarcísio Zanon.
Fechando a lista, a Acadêmicos do Grande Rio trará à avenida a força do movimento Mangue Beat, surgido nos anos 1990 em Recife, sob liderança de Chico Science e da banda Nação Zumbi. O enredo é assinado por Antônio Gonzaga.
Finais de samba-enredo têm datas definidas
· 12 de setembro – Vila Isabel
· 19 de setembro – Imperatriz Leopoldinense
· 20 de setembro – Mocidade Independente, Unidos da Tijuca e Grande Rio
· 21 de setembro – Acadêmicos de Niterói
· 25 de setembro – Beija-Flor de Nilópolis
· 26 de setembro – Portela e Unidos do Viradouro
· 27 de setembro – Mangueira e Acadêmicos do Salgueiro
Com temáticas que valorizam a diversidade, a ancestralidade e a identidade cultural brasileira, o Carnaval 2026 promete ser um dos mais emocionantes dos últimos anos. A contagem regressiva para a festa já começou.
Imagem: Reprodução
Postar um comentário