Dia Mundial sem Tabaco: uso da substância afeta todo o organismo e está relacionado a cânceres e infarto

Especialista alerta sobre os riscos do tabagismo para a saúde e compartilha estratégias para superar o vício




O Dia Mundial sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, foi criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para conscientizar o público sobre os riscos associados ao uso de cigarros tradicionais e, atualmente, eletrônicos, incentivando a prevenção e o abandono do tabagismo. Pesquisas da própria OMS apontam que o tabagismo causa a morte de mais de 8 milhões de pessoas todos os anos, sendo considerado um fator chave para outros problemas de saúde graves, tais como cânceres e doenças cardiovasculares.

 

Os impactos do tabagismo vão muito além dos pulmões, comprometendo praticamente todos os órgãos do nosso corpo. O Dr. Antonino Adriano Neto, infectologista do Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição, afirma que as principais consequências incluem o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC, envelhecimento precoce, impotência, infertilidade, aumento do risco de infecções respiratórias, piora progressiva de quadros crônicos e diversos cânceres, como o de pulmão, boca, esôfago, entre outros.

“Tanto os cigarros tradicionais quanto os eletrônicos causam danos significativos aos pulmões”, alerta o infectologista. O cigarro tradicional contém milhares de substâncias tóxicas e cancerígenas para nosso corpo, como alcatrão, monóxido de carbono e nicotina, que provocam, entre outros males, inflamação crônica, destruição do tecido pulmonar (DPOC) e aumentam o risco de inúmeros tipos de câncer, explica o médico.

Os cigarros eletrônicos, frequentemente vistos como uma alternativa mais saudável que substitui o cigarro tradicional, também oferecem os mesmos perigos à saúde. “Embora não contenham alcatrão, eles liberam aerossóis com nicotina, metais pesados como níquel e chumbo, compostos voláteis e flavorizantes que irritam os pulmões quando inalados e podem causar lesões pulmonares agudas, como a EVALI (lesão pulmonar associada ao uso de vapes), além de poder induzir dependência à nicotina e levar ao uso de cigarros convencionais”, ressalta o especialista.

A boa notícia é que os benefícios de parar de fumar começam imediatamente. “Após 20 minutos sem fumar, a pressão arterial e a frequência cardíaca começam a normalizar. Em apenas 24 horas, os níveis de monóxido de carbono no sangue caem, melhorando a oxigenação. Dentro de algumas semanas, há melhora na respiração, circulação e disposição. Após meses a anos, o risco de infarto e câncer de pulmão diminui progressivamente, se equiparando a um não-fumante”, detalha o infectologista.

Por fim, o médico reforça que abandonar o tabaco é um processo longo, porém possível e de suma importância, e compartilha algumas dicas e estratégias para os que desejam parar de fumar:

· Defina uma data para parar, seja de forma imediata ou gradual: comunique essa decisão a seus amigos e familiares e tire o dia para fazer uma atividade que goste e que seja relaxante.

· Busque apoio profissional: procure acompanhamento médico e programas de abandono do vício.

· Considere o uso de medicamentos, se indicado, como reposição de nicotina, bupropiona ou vareniclina.

· Identifique e evite os gatilhos que levam ao tabaco, como álcool, café e estresse.

· Substitua o hábito do fumo com atividades saudáveis: exercício físico, hidratação e técnicas de relaxamento, entre outros.

“O crucial é entender que recaídas podem acontecer, mas fazem parte do processo. O fundamental é não desistir, seguir tentando com o apoio das pessoas à sua volta”, finaliza o médico do Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição. Assessoria HCNSC/ Bernardo Bruno/ Analista de Comunicação Jr.





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