Sexo Frágil? Que nada!

Em homenagem ao mês da Mulher trouxemos aqui, mais uma vez, as histórias reais de três mulheres incríveis que, apesar das dificuldades, encontraram um jeitinho de ressignificar suas vidas e seguir em frente. Confira a terceira e última parte:

SANDRA - III

Passou anos dopada. Voltou a reunir forças e procurar ajuda quando a filha perdeu o pai, em 2010. Ver o sofrimento da pequena lhe partia o coração. O que estava fazendo por eles? O que queria para o futuro deles, financeira e emocionalmente? Foi então que decidiu que parar de sofrer pelo passado, ignorar as dificuldades do presente, e trabalhar pelo futuro. Mesmo trabalhando, não tinha condições de bancar a casa, três crianças e a recém conquistada faculdade. Passando fome – no período mais difícil, os filhos comiam miojo enquanto ela bebia água, para não trancar a matrícula. Decidiu, finalmente, voltar para a casa dos pais. Orientou os mais velhos a cuidar da irmã (não deixá-la sozinha com o avô) enquanto estivesse fora.

Sandra, atualmente, é chefe escoteira e psicóloga. Todos os dias, diz, cumpre a promessa que fez a si mesma quando era pequena, de que “um dia faria dos limões uma limonada e usaria seu sofrimento para ajudar aos que necessitam, orientando-os e provando que é possível sim, mesmo diante das maiores dificuldades, dar a volta por cima”, emergindo do fundo poço.

DAYENE - III

Dayene voltou à faculdade com a ajuda da mãe. No nono período, passou na prova da OAB. Fez terapia, tomou remédios, casou de novo. Hoje trabalha em uma instituição bancária.

ANDRESSA - III

Andressa deu o basta que precisava. Concluiu que merecia mais e largou o marido. Não tem a menor dúvida de que fez o melhor por ela e as filhas. Relacionamento abusivo nunca mais!

Motivação para a mudança

Para ajudar a superar as dificuldades, Cíndia Medeiros destaca a importância – além do acompanhamento psicológico – do apoio familiar, do parceiro e de amigos, para aquelas que hoje buscam fazer a diferença, seja por desejo próprio ou necessidade. “Não é fácil viver tendo que provar o seu valor, sua força, sua capacidade. Em alguns momentos até as ‘Mulheres Maravilhas’ precisam de um colo, de um abraço, de um ombro amigo, para recarregar suas energias e seguir as batalhas”.

Segundo *Sandra, que também é psicóloga, é preciso ter motivação para buscar a mudança. Em seu caso, ajudar a filha foi fundamental. “O sofrimento é subjetivo. Cada pessoa tem um limite e um motivador únicos para sair de situações de conflito. Uma orientação válida é não se vitimizar. Não perguntar o porquê; mas buscar o "pra quê", pois essa pergunta te coloca como ser ativa, autora de sua vida. Precisamos nos responsabilizar por nós mesmas e pela situação para encontrar saídas. Quando eu sofria tentava imaginar pra que aquele sofrimento serviria. E jurei a mim mesma que um dia faria dele alicerce para ajudar outras pessoas que sofrem. Hoje posso dizer que consegui!”

*Estes relatos foram autorizados pelas autoras. Os nomes das protagonistas são fictícios, exceto o de Dayene Magalhães, do Rio de Janeiro, que permitiu sua identificação.



Comentar

أحدث أقدم