Prevenção das ISTs no Carnaval: como curtir a festa com responsabilidade

Clínica geral do Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição alerta sobre os sintomas e a importância do diagnóstico precoce



O Carnaval é uma das festas mais animadas do ano, mas também é um período que exige atenção redobrada com a saúde sexual. De acordo com a Dra. Paula Alves, ginecologista e obstetra do Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição, embora seja difícil comprovar numericamente a relação direta entre o Carnaval e o aumento de casos de ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis), como a sífilis, é inegável que a combinação de maior exposição a relações sexuais desprotegidas e o uso irregular de preservativos contribui para o risco de contágio.

A sífilis, uma das ISTs mais preocupantes, muitas vezes passa despercebida em sua fase inicial. “Infelizmente, a infecção inicial pelo treponema (sífilis primária) pode ser assintomática ou apresentar uma úlcera única e indolor nos órgãos genitais, conhecida como cancro duro. Essa lesão é autolimitada, ou seja, desaparece sozinha, o que dificulta o diagnóstico precoce e permite a evolução da doença para formas mais graves”, explica. Além da sífilis, outras ISTs, como gonorreia, clamídia, HIV e hepatites B e C, também preocupam os profissionais de saúde. “Infecções por gonococo e clamídia podem trazer complicações graves, principalmente para as mulheres. Por isso, é fundamental reforçar a prevenção e o diagnóstico precoce”, alerta a médica.

Segundo Dra. Paula, alguns grupos são mais vulneráveis ao contágio da sífilis, como portadores de HIV e pessoas que praticam sexo sem preservativo. “O não uso de preservativos é o principal fator de risco para a sífilis e outras ISTs. Por isso, a conscientização sobre o uso correto de camisinhas é essencial”, reforça. O diagnóstico da sífilis pode ser feito por meio de exames laboratoriais, como VDRL, FTA-ABS ou testes rápidos, disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). “Após a fase primária, a doença pode evoluir para a sífilis secundária, com o aparecimento de lesões cutâneas sistêmicas e linfonodomegalia (íngua). Por isso, é importante realizar exames após exposição a situações de risco”, orienta a clínica geral. O tratamento da sífilis e de outras ISTs também é oferecido gratuitamente pelo SUS, com medicamentos eficazes quando administrados corretamente e no tempo adequado.

Para evitar a disseminação das ISTs após grandes eventos como o Carnaval, a ginecologista reforça a importância das medidas preventivas. “O uso correto e regular de preservativos é a melhor forma de prevenir as ISTs. Além disso, é fundamental realizar testes laboratoriais em pacientes expostos a relações sexuais sem proteção, visando ao diagnóstico precoce e ao tratamento imediato”, destaca. A médica também ressalta a importância da educação em saúde e da conscientização sobre os riscos das ISTs. “Precisamos falar abertamente sobre sexualidade, prevenção e cuidados com a saúde. Assessoria HCNSC

Imagem: Reprodução

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