A vida consagrada oferece à sociedade a luz do Evangelho

No último domingo, 2 de fevereiro a Igreja na Festa da Apresentação do Senhor celebrou também o 29º Dia Mundial da Vida Consagrada. O Papa Francisco, na véspera proferiu sua homilia dedicada aos consagrados, meditando sobre o modo como, disse, “por meio dos votos de pobreza, castidade e obediência que professastes, também vós podeis ser portadores de luz para as mulheres e homens do nosso tempo”.

A pobreza, disse o Papa, “está radicada na própria vida de Deus, eterno e total dom recíproco do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. “Exercendo a pobreza”, continuou, “a pessoa consagrada, pelo uso livre e generoso de todas as coisas, com estas faz-se portadora de bênção: manifesta a sua bondade na ordem do amor, rejeita tudo o que pode ofuscar a sua beleza: o egoísmo, a avareza, a dependência […] e abraça, em vez disso, tudo o que a pode exaltar: a sobriedade, a generosidade, a partilha, a solidariedade”.

Sobre a renúncia Francisco explicou que na renúncia ao amor conjugal e no caminho da continência, os consagrados “reafirmam o primado absoluto, para o ser humano do amor de Deus, acolhido com um coração indiviso e esponsal”. Vivemos em um mundo marcado por formas distorcidas de afetividade. O Papa fala das consequências: “Isto gera nas relações, atitudes de superficialidade e precariedade, egocentrismo”. Num contexto assim, “a castidade consagrada mostra ao homem e à mulher do século XXI um caminho para curar o mal do isolamento, no exercício de um modo de amar livre e libertador, que acolhe e respeita todos e não obriga nem rejeita ninguém”. Recomendando em seguida “é importante, nas nossas comunidades, cuidar do crescimento espiritual e afetivo das pessoas, na formação inicial e permanente”.

Ao falar sobre a luz da obediência, o Papa recorda a relação entre Jesus e o Pai como uma graça libertadora de uma dependência filial e não servil, rica de sentido de responsabilidade e animada pela confiança recíproca. Na nossa sociedade tendemos a falar muito e escutar pouco, não nos comprometemos com nada. Neste contexto, Francisco disse: “A obediência consagrada é um antídoto contra esse individualismo solitário, promovendo como alternativa um modelo de relação marcado pela escuta ativa, onde ao ‘dizer’ e ao ‘ouvir’ se segue a concretude do ‘agir’, mesmo que à custa de renunciar aos meus próprios gostos, planos e preferências”.

Por fim o Papa abordou outro ponto: o “retorno às origens”, de que tanto se fala hoje na vida consagrada. Francisco foi claro ao dizer que o “retorno às origens de cada consagração é, para todos nós, aquele retorno a Cristo e ao seu ‘sim’ ao Pai”. Concluindo disse ainda que a renovação “se faz diante do Sacrário, na adoração, redescobrindo as próprias Fundadoras e Fundadores, sobretudo como mulheres e homens de fé, e repetindo com eles, na oração e na oferta de si”: «Eis que venho […] para fazer, ó Senhor, a tua vontade» (Heb 10,7).

Valho-me da reflexão do Papa para registrar agradecido, nesse ano dos centenários da Igreja de Três Rios e da Diocese de Valença, a presença dos frades e freiras que, com disponibilidade e generosidade, vem implantando e acompanhando a caminhada das comunidades de fiéis que fazem o Reino de Deus acontecer entre nós. Permito-me registrar as congregações do Verbo Divino (padres da Paróquia São Sebastião), das Irmãs do Divino Zelo (Colégio Santo Antônio) e das Irmãs Filhas de São José (na Paróquia de São José Operário). E tendo na memória e no coração o saudoso Irmão Geraldo, faço minhas a confiança de Francisco: “Por meio dos votos de pobreza, castidade e obediência que professastes, também vós podeis ser portadores de luz para as mulheres e homens de nosso tempo”.” Muito obrigado pelo vosso testemunho. É um fermento da Igreja. Obrigado”.

Medoro, irmão menor-padre pecador

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