Arma que dispara esfera de gel ganha popularidade em Três Rios e causa preocupação entre moradores

Na terça-feira (4), menino de oito anos foi agredido por um adolescente armado com uma dessas peças no bairro Palmital; segundo o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), produtos não são considerados brinquedos

Com diversas cores, simulacros acabam chamando a atenção também de crianças e adolescentes 


A febre das armas de plástico que disparam munições de gel, que já mobiliza jovens em diversas cidades do Brasil, chegou a Três Rios e tem gerado preocupações entre moradores. As peças, que simulam armas de fogo e disparam bolinhas de gel, têm sido usadas em brincadeiras que nem sempre terminam de forma pacífica.

Na terça-feira (4), um menino de oito anos foi agredido por um adolescente armado com uma dessas peças no bairro Palmital. Segundo a mãe da criança, em entrevista ao Entre-Rios Jornal, o agressor abordou o menino enquanto ele se dirigia para a escola, pediu dinheiro e, diante da negativa, jogou-o no chão, desferindo chutes e socos.

O garoto ficou com hematomas no rosto e nas pernas. O caso aconteceu próximo a um mercadinho, e imagens das câmeras de segurança podem ajudar a identificar o autor.

Garoto ficou com hematomas no rosto e nas pernas.
 

O simulacro, que dispara projéteis pequenos e não letais, é vendido em lojas no centro da cidade e têm aparência similar a pistolas e fuzis. Com o aumento da procura, os preços das armas dispararam. Há alguns meses, era possível encontrá-las por cerca de R$ 50, mas atualmente os valores variam entre R$ 80 e R$ 120, dependendo do modelo e da loja, relatou um vendedor.

As balas, vendidas em pequenos grãos azuis dentro de embalagens transparentes, precisam ser hidratadas em água para aumentarem de tamanho. As munições também podem ser adquiridas separadamente, com pacotes de 5.000 unidades custando em torno de R$ 30.

A novidade tem despertado a curiosidade de homens e mulheres que param nas bancas para observar o equipamento. No entanto, muitos desistem da compra ao se depararem com os preços. As armas elétricas, que emitem um som semelhante a tiros graças a um acessório na ponta, são recarregáveis por USB.

Objetos são comercializados com nomes de armas reais no centro de Três Rios

 

Em outros pontos de Três Rios, moradores relataram a presença de adolescentes circulando em grupos, portando esses objetos e, em alguns casos, intimidando pedestres. “Já presenciei jovens com essas armas no meio da rua, apontando para carros e brincando de simular tiros. É perigoso, ainda mais com crianças pequenas por perto”, comentou uma moradora da cidade.

A venda e o uso das armas têm causado preocupação em todo o país, e especialistas alertam para o risco de acidentes e da confusão com armas reais. No Brasil, a comercialização de réplicas fiéis de armas de fogo é proibida, mas a fiscalização nem sempre é efetiva.

Em pronunciamento no site oficial, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) afirmou estar atento às recentes reportagens sobre os casos no país. De acordo com a Portaria Inmetro nº 302, de 2021, esses produtos não são considerados brinquedos.

Segundo o órgão, a regulamentação define que brinquedos são produtos destinados ao uso por crianças menores de 14 anos. Portanto, itens que não atendem a essa definição não podem ser comercializados como "brinquedos", nem ostentar o Selo de Identificação da Conformidade do Inmetro.

O Inmetro também define requisitos específicos para armas de brinquedo. Réplicas de armas com projéteis de bolas de gel são semelhantes a equipamentos como airsoft e paintball, regulamentados pelo Decreto nº 11.615, de 21 de julho de 2023, o qual não está sob a competência do Inmetro.

Além disso, todas as armas de brinquedo, com ou sem projéteis, devem atender às advertências e requisitos de segurança estipulados para brinquedos. O Anexo C da Portaria Inmetro nº 302, de 2021, determina marcações específicas para brinquedos que se parecem com armas, enquanto o Anexo V, item 47, lista imitações de armas de fogo como produtos que não são classificados como brinquedos.

“O Inmetro reafirma, com base na regulamentação vigente, que as réplicas de armas com projéteis de bolas de gel não são classificadas como brinquedos”, destaca João Nery, diretor de Avaliação da Conformidade do Instituto.

Márcio André Brito, presidente do Inmetro, orienta a população a denunciar qualquer comercialização irregular de réplicas de armas de fogo que ostentem, indevidamente, o Selo de Conformidade do Inmetro.

Em Três Rios, tanto a Polícia Militar quanto a Guarda Municipal ainda não informaram se medidas serão tomadas para fiscalizar o uso desses objetos.

1 تعليقات

  1. غير معرف9/12/24 11:05

    ok a arma não é brinquedo mas o que tem haver a tentativa de assalto com as armas de gel?

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