Maternidade e Pediatria do Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição correm risco de fechar

Serviços oferecidos à população junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) estão ameaçados por conta de falta de repasses financeiros do poder público; unidade de saúde aponta que os valores estabelecidos no contrato com a prefeitura de Três Rios são insuficientes para sustentar a operação




A manutenção dos serviços de maternidade, obstetrícia e pediatria pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição (HCNSC), em Três Rios, está ameaçada. 

Em reunião junto ao Conselho Municipal de Saúde, realizada na quarta-feira (30), a instituição afirmou que enfrenta dificuldades financeiras que podem resultar na suspensão desses atendimentos essenciais, caso o repasse de verbas públicas não seja reavaliado. 

A situação também coloca em risco o emprego de mais de 60 funcionários, que poderão ser demitidos.

O prazo para encerramento dessas atividades está previsto para o próximo dia 24, data em que vence o convênio firmado entre a unidade e a prefeitura. 

A direção do hospital solicitou que o município estabeleça um cronograma de transição para redirecionar os atendimentos à população para outras unidades de saúde da região.

Em documento apresentado na reunião, ao qual o Entre-Rios Jornal teve acesso, O HCNSC, que integra a Rede Santa Catarina, aponta que os valores estabelecidos no contrato com a prefeitura são insuficientes para sustentar a operação completa dos serviços materno-infantis e pediátricos. 

Segundo a instituição, além do déficit previsto, há um inadimplemento de quase R$ 2 milhões por parte do Estado e do Município. Esse desequilíbrio compromete o cumprimento das obrigações financeiras do hospital, como o pagamento aos médicos e demais prestadores de serviços. 

“A falta de apoio financeiro deixou o HCNSC em situação extremamente delicada”, destacou o hospital em nota.


A situação, segundo o hospital, vem sendo comunicada às autoridades desde 2022, sem que houvesse qualquer ajuste nos valores pactuados. 

Inicialmente, a interrupção dos serviços estava prevista para 2023, mas foi adiada com a esperança de uma revisão financeira que não se concretizou.

O Entre-Rios Jornal apurou que, representando a Prefeitura de Três Rios na reunião junto ao Conselho Municipal de Saúde, estava o subsecretário de Saúde, Felipe Neves, que afirmou que o cenário atual também reflete uma falta de repasse por parte do governo estadual. 

No entanto, de acordo com o conselheiro Juliano Maia, a situação é diferente.

 “Os recursos para média e alta complexidade são de responsabilidade do Estado e da União. Entretanto, a maternidade de Três Rios, que está no centro desta questão, é considerada de baixa complexidade, o que significa que a responsabilidade pelos recursos é do município”, afirmou.


O conselheiro disse ainda, que, quando questionado sobre alguma alternativa, o subsecretário de Saúde afirmou que, no momento, não há um plano B. 

“Foi nos repassado apenas que o plano é continuar negociando com o hospital, junto ao governo do Estado”.


A Rede Santa Catarina reforçou que mantém o interesse na continuidade do atendimento, desde que haja um reequilíbrio econômico-financeiro. O Entre-Rios Jornal tentou contato com a Secretaria de Comunicação de Três Rios, no entanto, até a o fechamento desta edição, o secretário Márcio Luís não havia respondido às indagações.

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