Na última segunda-feira (6), o plenário da Câmara Municipal de Três Rios foi palco de uma audiência pública organizada pelo vereador Professor Erquinho e promovida pelas vereadoras Ana Clara Araújo e Beatriz Reto Bogossian. O encontro foi convocado para discutir alternativas que possam evitar a suspensão dos serviços de maternidade, obstetrícia e pediatria oferecidos pelo Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição (HCNSC) à população. Participaram do evento representantes do hospital, da Secretaria Municipal de Saúde, do Conselho Municipal de Saúde, parlamentares, jornalistas e moradores da cidade.
A vereadora Ana Clara enfatizou a importância de “encontrar soluções conjuntas que preservem o atendimento de qualidade que nossa população merece”. Já a vereadora Beatriz Bogossian destacou que “o fechamento desses serviços seria um retrocesso e precisamos unir forças para evitar que isso aconteça”. Ambas expressaram o compromisso de garantir que a saúde dos cidadãos de Três Rios seja tratada com prioridade.
O diretor executivo do HCNSC, Mario Kaoru, foi o primeiro a se manifestar, relatando a situação financeira crítica do hospital. Kaoru explicou que o convênio com o município não cobre os custos operacionais necessários para manter a maternidade e pediatria em pleno funcionamento, especialmente devido à defasagem da tabela do SUS. "A situação econômica nos obrigou a trabalhar de forma parcial com os serviços de maternidade. Estamos em busca de uma solução, mas a realidade financeira é complicada", afirmou Kaoru.
O vereador Gustavo Carvalho reforçou que o déficit financeiro do hospital se deve, em parte, à falta de repasses do governo estadual, cuja dívida com o município é de aproximadamente R$ 6 milhões. Ele ressaltou o impacto da descontinuação de programas de incentivo, como o PAIM (Programa de Atenção Integral à Mulher) e a Rede Cegonha, o que sobrecarrega o município.
O secretário municipal de Saúde, Felipe Guido, esclareceu que o município mantém um contrato anual com o HCNSC, com repasses que envolvem verbas das esferas federal, estadual e municipal. Guido informou que, entre 2013 e 2016, o hospital recebeu R$ 45 milhões em repasses, valor que aumentou para R$ 108 milhões no período de 2021 a 2024. No entanto, ele destacou que a ausência de repasses estaduais e a responsabilidade do hospital em atender pacientes de outras cidades agravam a situação financeira. “Estamos enfrentando um cenário complexo, mas garantimos que não vamos fechar as portas do hospital. Buscaremos uma solução conjunta com todos os envolvidos”, assegurou o secretário.
O promotor de Justiça, Dr. Andre Constant Dickstein enfatizou a importância de encontrar uma solução definitiva para a questão. "Para a saúde não existe plano B", afirmou, destacando a confiança na capacidade de articulação política da Câmara de Vereadores e na gestão da Secretaria de Saúde. Ele alertou que, caso as negociações não avancem, a judicialização do caso poderá ser necessária.
Ao final da audiência, os vereadores tranquilizaram a população, reafirmando seu compromisso em buscar soluções concretas para a crise. A expectativa é que uma proposta para garantir a continuidade dos serviços seja apresentada na próxima reunião ordinária. Assessoria CVMTR
Imagens: Divulgação Ass. CVMTR
Sei que a questão não é apenas essa. Mas a congregação de Santa Catarina não é Filantrópica???
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