A história do povo cigano e a sorte estão no enredo do Triângulo para 2025

Agremiação promete um desfile inesquecível para marcar o 40º aniversário de fundação




Redação

Com novo carnavalesco, a escola de samba Independente do Triângulo anunciou em suas redes sociais neste domingo (29), o enredo que irá levar à avenida em 2025: “Magia da Sorte - A Estrela cigana brilha na Independente do Triângulo!”. Segundo o carnavalesco e autor do enredo William Freitas, que estreia na escola, o enredo promove uma imersão nos encantos, mistérios, cultura, tradições e a fé do povo cigano.

O enredo volta 5.000 anos no tempo, quando teve início a diáspora do povo romani (ou roma), conhecido popularmente como cigano. O grupo saiu da Índia e fez do mundo sua pátria. “A cultura cigana é baseada em uma tradição oral, transmitida de geração em geração. Os conhecimentos e segredos são passados através de historias, canções e rituais”, diz a apresentação do enredo publicada nas redes sociais.

No desfile desse ano a escola ficou com o 5º lugar (último), com o enredo “Sinhás Pretas do Brasil”, dos carnavalescos Rafael Victor e Diângelo Fernandes.

Rumo aos 40 anos

Em abril de 2025, a escola do bairro do Triângulo vai completar 40 anos de existência e de muitas histórias importantes em sua trajetória.

Fundada em 13 de abril de 1985, pelo saudoso Carlão (primeiro presidente), com apoio da esposa, na época, Maria Sebastiana e sua mãe Dona Maria, sob uma frondosa amendoeira em frente à antiga Sola S.A. Indústrias Alimentícias, a escola começou como bloco carnavalesco de enredo. Em 1986, fez seu primeiro desfile na Avenida Beira Rio (atual Alberto Lavinas) homenageando a sambista Maíca, do Bom das Bocas.

Com as cores verde, vermelho e branco, o então bloco tinha em sua bandeira uma garça como símbolo e ensaiava num barracão improvisado na Avenida Zoelo Sola, em frente à subida da Travessa São José, do outro lado da avenida, margeando o rio.

No ano seguinte, em 1987, teve seu primeiro carnavalesco, o jovem Fernando Ferreira, com apenas 16 anos, fazendo o enredo autoral “Doce Infância”, em homenagem às crianças que desfilavam no bloco, na Beira-Rio. Em 1989, foi campeã, também na Beira-Rio, como bloco de enredo, com o tema “Álcool, o jeitinho brasileiro”, de autoria do empresário de shows do grupo Forrogode, Ailton Molina (já falecido) e desenvolvido pelo carnavalesco Walter Matheus, falecido esse ano. Vale destacar a participação do presidente Antônio Luiz da Silva, falecido em 2018, grande baluarte da escola desde a fundação.

Por força do regulamento a agremiação foi elevada à categoria de escola de samba do segundo grupo, quando desfilou em 1991, com o enredo “Faça o jogo, a sorte está lançada”, do carnavalesco Fernando Ferreira, desenvolvido por Walter Matheus. Nesse ano conquistou seu primeiro título na categoria de escola de samba.

Na primeira década deste século passou a usar em sua bandeira o leão como símbolo, deixando de usar a garça, que havia sido adotada como símbolo pelo bloco de embalo Os que bebem não vieram, do bairro vizinho Ponte das Garças.

Quando o carnaval trirriense ficou sem o desfile oficial, a agremiação chegou a realizar desfiles improvisados. No retorno do desfile oficial, em 2002, apresentou o enredo “Nosso ziriguidum tem Sambista Maneiro”, em homenagem ao professor, radialista e fundador da Mocidade Independente de Vila Isabel, Selmarino Luiz dos Santos.

Depois foi campeã, novamente pelo segundo grupo, em 2015, com o enredo “Ylu Ayê – herança da resistência”, pelo Grupo B. Em 2017, também no Grupo B, foi campeã com o enredo “Nação Brasil dos Ibirapitangas”.

Em 2018, a escola não desfilou e retornou em 2019. Atualmente é presidida pelo mestre de bateria Bruno Guimarães (Mestre Brunão), que comanda a bateria apelidada de Invocada.

Imagem: Reprodução  



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