A Justiça converteu em prisão preventiva a detenção em flagrante de um homem de 61 anos, acusado de iniciar o incêndio que devastou mais de 2 mil hectares no Monumento Estadual da Serra da Beleza, em Valença. A decisão foi tomada após audiência de custódia realizada nesta quinta-feira (19) na Cadeia Pública de Volta Redonda, onde o suspeito estava preso.
De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), o juiz Marco Aurélio da Silva Adania determinou a manutenção da prisão “para garantir a ordem pública”, citando ainda que a liberdade do suspeito poderia intimidar testemunhas e comprometer o andamento do processo.
O acusado foi detido na tarde de terça-feira (17), em Conservatória, em uma operação conjunta da Polícia Militar, da 2ª Unidade de Polícia Ambiental, da Delegacia de Valença, da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e do Instituto Estadual de Ambiente (Inea). Uma câmera de segurança flagrou o momento em que ele inicia o fogo em uma área da serra no dia 11 de setembro. O incêndio só foi completamente controlado no dia 16.
Segundo a ata da audiência, o incêndio destruiu cerca de 2.300 hectares de vegetação nativa, afetando fauna e flora, além de causar a morte de inúmeros animais e destruir edificações, gerando um prejuízo estimado em R $ 1 milhão ao proprietário.
Além dos danos ambientais, o incêndio destruiu uma casa projetada pelo arquiteto Lúcio Costa, conhecido por idealizar o Plano Piloto de Brasília. A residência, que fazia parte de uma pousada, foi construída em 1930 e mantinha suas características originais. Do imóvel, apenas um cômodo restou intacto.
O fogo também afetou outras áreas protegidas em Valença, como o Quilombo São José da Serra e o Parque Estadual da Serra da Concórdia. Segundo o Inea, no parque, as chamas consumiram uma área equivalente a 1.088 campos de futebol. No quilombo, embora o fogo não tenha chegado às casas, a árvore Jequitibá, considerada sagrada pelos quilombolas, foi preservada.
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