Em noite memorável, Joel São Tiago celebra sua arte entre amigos e convidados

Lançamento de documentário sobre a vida do artista faz teatro transbordar cultura e emoção


Imagem: Ygor Vinagre
Redação

Uma noite histórica para quem teve o privilégio de estar presente na festa de lançamento do documentário “Viva Cultura Viva o legado de Joel São Tiago”, sobre a vida artística de uma das mais importantes personalidades da cultura na região. O artista carioca, que desde os 5 anos de idade vive em Três Rios, ficou emocionado e emocionou a todos os presentes no teatro lotado.


Grupo Teatro da Ponte recepcionou o público

A noite do último sábado (31/8) teve um encontro do artista com amigos e admiradores das artes que o consagraram, tanto atuando como nos bastidores.

Diante de vasto conteúdo, segundo os produtores, ficou difícil compactar tantos feitos em um documentário de média metragem, que passou à longa metragem com 59 minutos. O lançamento no YouTube será na próxima quinta-feira (12).


Joel com Christine Braga (à esq.) e Fabiana Vila

A noite histórica já no saguão do Teatro Celso Peçanha presenteava amigos e convidados com belas obras do artista Madson Tavares, além de livros de escritores da região. Alguns estavam presentes para autógrafos e dedicatórias.


Premiado diretor teatral Rodrigo Portella marcou presença

O público, ao entrar no teatro, era recebido pelo Grupo Teatro da Ponte, de Paraíba do Sul, liderado por Leo Cunha com a participação de Alasca Gouvea, Beatriz Rezende, Joa Bernardes, João Aurélio, Kemilly Machado, Ligia Gama, Mariana Guimarães e Messias Guimarães. Três dançarinos — Alexandra Gualberto, Eder Custódio e Guilherme Moreira —, coordenados por Marianne Mockdece, se apresentaram, tendo em seguida uma performance circense de Laine Silva, do Grupo Móbile.

 
Gabriel Lemuriano, presença especial

Atrações musicais não faltaram e o público, que lotou o teatro, pode apreciar os talentos de João Arthur/ Gustavo Boná e Maestro Felipe Carretiero; Erli Cabaral/Xandi; Ariam Montemor; PV Rivello/Rodrigo Veiga e Luama e Luciane Marini.

Logo em seguida o público pode assistir o documentário dirigido por Igor Vinagre e Jussara Mendonça.

Ao final, sem deixar de lado uma grande paixão do homenageado — o carnaval —, entraram no palco o mestre-sala Rafael Tilim e a porta bandeira Alessandra Sanas, com o pavilhão do Bambas do Ritmo, ao som do samba de enredo “Peguei um Ita no Norte (Explode Coração)”, do Salgueiro, de 1993. As duas escolas de samba de coração do homenageado tomaram conta do ambiente com muito samba e animação do público.


O abraço da escritora Helena Arruda

“Eu sou uma pessoa do interior. Apesar de ter nascido no Rio é aqui que me sinto pleno. Jamais mudarei de Três Rios. Eu faço sempre a maior questão de dizer que moro em Três Rios. Esteja onde eu estiver. Tenho orgulho de dizer isso. De defender e mostrar todas as qualidades que essa cidade tem. Já tive convites profissionais para trabalhar no Rio e recusei. Como sou feliz por ter vindo morar aqui. Quando eu voltei de um passeio a Paris ano passado, uma amiga me disse: ‘Você não deve ter tido vontade de voltar né, Paris é a sua cara’. Eu respondi: Amei Paris; chorei ao entrar no Museu Rodin, queria ficar horas na Shakespeare and Company, o passeio no Sena foi uma delícia e subir Montmartre até a Basilica de Sacre Couer é uma experiência incrível.

 
Com o amigo caricaturista Ulisses Araújo

Porém voltar para minha terra, para minhas raízes é fundamental. Entrar no templo sagrado que é o meu apto é o que eu quero depois das viagens incríveis que já fiz. Mas ao final quero sempre retornar às minhas origens. À minha terrinha”, disse Joel em seu discurso.


Geisilaine Viana e a equipe do Sesc

O evento contou com a presença de pessoas que tiveram e ainda têm uma relação profissional e artística com o homenageado. Vale destacar a participação de Christine Braga(Gerente de Cultura do Sesc Rio) e Fabiana Vilar(Coordenadora Técnica da Gerência de Cultura); o renomado e premiado diretor de teatro Rodrigo Portella; a escritora Helena Arruda; o premiado cartunista e caricaturista Ulisses Araújo; Geisilane Viana (Gerente do Sesc Três Rios); a cineasta trirriense Barbara Maria, o filósofo, professor e escritor Affonso Henrique; o músico e poeta carioca Gabriel Lemuriano; Francisco Carlos Soares (Diretor de Cultura da Fundação Municipal de Cultura de Paraíba do Sul), entre outras personalidades e pessoas ligadas à cultura na região.


Joel com os produtores do documentário, Ygor Vinagre e Jussara Mendonça / Imagem: Divulgação

Joel externou seu entendimento que o conhecimento só tem valor se for democratizado. E ainda disse que apesar de ter um acervo enorme de discos em vinil, CDs, filmes de diversas nacionalidades(DVD e Bluray), livros, tendo o maior acervo de livros de escritores da região, bem como a coleção do Entre-Rios Jornal com exemplares das décadas de 30, 50, 60 e 70, esse material ele entende que na verdade está sob a sua guarda, então está sempre disponível para as pessoas.

A singularidade de Três Rios ao ser um celeiro de artistas também foi lembrada pelo artista que reforçou sua tese que a vocação do município é a arte e a cultura. E destacou, ainda, que apesar de respeitar todas as profissões, tem pelos artistas uma paixão e admiração especial. “São eles que nos transportam para um outro plano: do sonho, da fantasia, da utopia”, disse.


Imagem: Ygor Vinagre

“Desde sempre me identifiquei com a arte e os artistas e tenho por todos eles uma admiração e respeito imensurável. Na lida com eles, busco sempre que possível entender suas idiossincrasias e muitas vezes separar a pessoa desse ser especial que é o artista e que tenho verificado que nem sempre, e infelizmente, na maior parte das vezes, tem seu trabalho respeitado. E no interior vemos isso de forma muito acentuada”, criticou.

“Esse tratamento dispensado aos artistas, oferecendo um palco, um som, uma luz, dizendo que o está ajudando ao possibilitar visibilidade ao seu trabalho chega a ser aviltante. Inclusive se lembrarmos que essa mesmo pessoa que faz essa proposta indecorosa tem todo mês seu salário depositado na conta. Então só o trabalho dele merece remuneração e para o artista “visibilidade”. Visibilidade, inclusive não paga boleto.


Imagem: Ygor Vinagre

E foi além: “Inclusive tem que acabar com essa história que não tem dinheiro para cultura e que atividades culturais podem acontecer sem recursos. Isso é falácia. Para cultura tem que ter dinheiro, sim. O Artista tem que ser remunerado. Assim como todos os técnicos envolvidos num evento. Quer ver outra coisa interessante: o som e a luz são pagos, o palco e o telão são alugados. No final o único que não recebe é o artista. Não dá né?. Então, conto com vocês nessa batalha. Respeito é bom e nós gostamos e merecemos”

Joel encerrou com um texto da ensaísta e crítica de arte estadunidense Camille Paglia do livro “Imagens Cintilantes – Uma Viagem através da arte desde o Egito a Star Wars”.





















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