Izabel Daud
Segundo relato do saudoso escritor e
historiador Hugo José Kling, em seu
pequenino livro “Paróquia São Sebastião,
50 anos”, editado em 1975, “Dr.
Cândido José de Carvalho Lima, um grande devoto de São Sebastião, em 1890, em
conversa junto a alguns amigos, falava da necessidade de o povo unir-se e
construir, mais ao centro do povoado, uma Capela. À época, acontecia um surto
de doenças, endêmicas, como varíola, febre amarela e colerina.” E a obra
teve início e foi concluída, ali na hoje Avenida Condessa do Rio Novo, na
esquina de frente à antiga “rodoviária velha”.
Em 1924, após uma visita à “Vila de Entre-Rios”, dos Missionários Redentoristas Padre Pedro e Padre Miguel, formou-se uma comissão para solicitar ao Monsenhor José Maria Pereira Lara transformar a pequenina igreja em Matriz. Em 1930, a população já um pouco maior, os católicos pensaram e sugeriram outra igreja – maior e melhor localizada. À essa época, o Vigário era o Padre Rossi. Conseguido um outro terreno, local onde hoje se encontra, Padre Rossi, junto aos fiéis e humildes trabalhadores lançaram-se às fundações, ergueram as colunas, fundiram as lajes e a abóboda do altar-mor. Isso durou mais de três anos. Tudo proveniente dos recursos do próprio povo generoso.
A
partir do ano de 1934, segundo a historiadora Cinara Jorge, em seu precioso livro “A Cidade de Três Rios – Revendo a História II”, o então Vigário era
o Padre Barroso, de origem
portuguesa. A escritora, em seu livro, afirma que “Padre Barroso era um padre “marqueteiro”, tamanha sua inventividade!”
De início fundou a “Liga Católica Jesus, Maria e José” – até hoje existente. A
maior parte dos componentes da Liga era de funcionários da Central do Brasil.
Espertos e dispostos a colaborar, de início colocaram um caminhão carregado de
tijolos e telhas – próximo às obras, as pessoas por ali passando, o que podiam
comprar e doar, já iam entregando para a construção.
Em
março de 1938 os sinos foram benzidos durante Missa campal, em frente à igreja
em obras. Em meio a andaimes e total ausência de assentos, a construção
caminhando na medida do possível, Padre
Barroso já celebrava missas, repletas de fiéis. No dia 29 de maio de 1942,
num domingo, a Igreja Matriz recebeu uma bênção solene em missa inaugural,
celebrada pelo Bispo Diocesano Dom
Rodolfo das Merceis de Oliveira Pena. Padre Barroso, presente à celebração
histórica! No ano seguinte, em julho de 1943, retornou à sua terra natal:
Portugal. Missão cumprida. Em
1966 aqui chegou Padre Conrado Neidhart,
vindo da Áustria. Zelozo, sem se descuidar da vivência religiosa, junto aos
sacerdotes que aqui trabalhavam, realizou reformas significativas e necessárias
na Igreja Matriz. E foi no seu tempo que, em 1975, comemorou – comemoramos,
todos nós – o Jubileu Cinquentenário
da fundação da paróquia São Sebastião. Por coincidência, ano do Jubileu Centenário dos Servos do Verbo Divino (SDV).
Em
agosto de 2010, após alguns anos de trabalho de restauração no interior da
Matriz, Padre Leszek Kulas, Padre
Julipros Ibarra Dolotallas, Padre
João e Irmão Geraldo, todos da
Congregação do Verbo Divino, celebraram junto aos fiéis o término de importante
restauração na Matriz.
Estão
conosco, hoje, os sacerdotes: Padre Karel
Kelalo (Padre Carlos), pároco, vindo da Indonésia; Padre Jwakim Ekka (Padre Joaquim), vindo da Índia; Padre Pamphil Sambaya (Padre Panfil),
vindo da Tanzânia, todos sacerdotes do Verbo Divino. Deixaram suas famílias,
amigos e, de tão longe, aqui estão conosco. Lembro-me o dia em que, emocionado,
antes da homilia do domingo, Padre
Carlos nos revelou que sua irmã havia falecido, na véspera, lá na
Indonésia. Não pôde estar presente na última despedida à querida irmã. Estava
conosco, aqui, emocionando-nos a todos.
Ano
que vem, 2025, a Paróquia de São Sebastião estará completando 100 anos de
existência. Um século de religiosidade e graças imensuráveis de Deus nosso Pai.
De uns meses prara cá, nossos Sacerdotes, junto aos seus auxiliares mais
próximos, iniciaram os consertos e reparos na parte externa e nos telhados,
refazendo a pintura original. Como os sacerdotes que os antecederam, também
eles cuidam da nossa Casa Maior. E se este Templo sagrado é também nosso, povo
de Deus, natural se faz nossa valiosa colaboração em preservá-lo.
E
por obra e graça do Espírito Santo, no próximo ano de 2025, nossa Igreja Matriz
completará 100 anos – Jubileu Centenário.
E a Igreja Católica Apostólica e Romana, no mundo inteiro estará celebrando o
vigésimo quinto ANO SANTO, concedido
pelo Papa Francisco, cujo lema será:
“Peregrinos da Esperança”. Que será
aberto solenemente, em todo o mundo, no dia 29 de dezembro deste ano.
Possamos, todos nós, hoje e
sempre, cuidar de nossa Igreja Matriz dedicada a São Sebastião. A bonita e singela
Casa de Deus, em nosso município, é também nossa casa. Ali somos todos irmãos e
irmãs, filhos e filhas do mesmo Pai. Deus já recompensa a todos nós em graças e
bênçãos. São Sebastião não é só padroeiro dos católicos: é padroeiro e intercessor de todos os trirrienses! Procuremos a
secretaria da casa paroquial e ali deixemos a nossa contribuição. Tem o Livro de Ouro, para as ofertas em
dinheiro. Tem os cofres no interior da igreja e também podemos colaborar
através do PIX (32.356.438/0007-99 – CNPJ). Toda ajuda será abençoada. Salve
São Sebastião, nosso Padroeiro!
Imagens: ML/ Pascom
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