“Suaíle” participa do 47º Fetaerj, na Aldeia de Arcozelo, em Paty do Alferes

Apresentado pelo grupo trirriense Três por Quatro Teatro, espetáculo denuncia violência contra a mulher e concorre ao Prêmio Paschoalino 2024


Imagem: Divulgação

Redação

A Aldeia de Arcozelo, em Paty do Alferes, sedia o 47º Festival de Teatro da Fetaerj - Prêmio Paschoalino 2024, que teve início nesta sexta-feira (26) e vai até o próximo sábado, 3 de agosto. Entre os concorrentes está o espetáculo “Suaíle”, apresentado pelo grupo trirriense Três por Quatro Teatro, formado por Larissa Pereira, Patrick Pereira e Miguel Fernandez, que denuncia a violência contra a mulher.



O evento, que marca a reabertura da Aldeia Arcozelo, maior espaço cultural da América Latina, é organizado pela Federação de Teatro Associativo do Estado do Rio de Janeiro, com patrocínio da Prefeitura de Paty do Alferes, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, e acontece na casa do festival, que já foi sede de outras 16 edições.

​O festival Paschoalino, reconhecido como um dos melhores do país, acontece anualmente no fim do mês de julho e reúne grupos teatrais de todo o Estado do Rio de Janeiro.



O nome Paschoalino, é uma homenagem ao grande ator carioca e renovador do teatro brasileiro Paschoal Carlos Magno. O grande encontro teatral proporcionado pelo festival, além da mostra competitiva dos grupos inscritos, proporciona ao público e aos participantes oficinas, debates e discussões sobre o fazer teatral.

O espetáculo “Suaíle”, da ANT Produtora, sob direção de cena de Marvet, apresenta a pureza e a intocabilidade de uma cidade completamente branca em todas as suas linhas, vértices e vozes, que mascara injustiças sociais como normalidade indiscutível, até o nascimento de Suaíle, que, contra todas as expectativas, rompe os bons costumes da cidade fictícia manchando tudo de vermelho.

A violência recorrente e “camuflada” faz com que grande parte das mulheres interiorize a culpa pelo ocorrido. Este ciclo, passado por gerações, faz com que este seja um assunto “proibido”, indiscutível, exemplificado pelo ditado popular “em briga de marido e mulher não se mete a colher”.



O espetáculo “Suaíle” rompe esse ciclo de forma abrupta, expondo sem reservas situações indigestas. Segundo o instituto Maria da Penha, “no Brasil, a cada dois segundos uma mulher é vítima de violência física ou verbal”. Isso quer dizer que, provavelmente, enquanto esse texto é lido, cerca de 30 mulheres sofrem algum tipo de violência.

O espetáculo "Suaíle" é um agente modificador, uma obra artística - social e urgente - que irá rasgar uma terceira dimensão ao dar voz à criança oprimida que vive dentro de cada pessoa silenciada pela violência.

“Suaíle” será apresentado na próxima quarta-feira (31), às 14h30, na Aldeia de Arcozelo, em Paty do Alferes. A entrada é franca com distribuição de senhas.

Imagens: Marvet







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