Continuamos compartilhando a pertinente e relevante reflexão do Prof. Dr. Fernando Altemeyer Junior, assistente doutor da PUC-SP (fajr@pucsp.br), sobre o cuidado de quem cuida.
Compreender que a doença não é um sintoma ou pedaço de alguém. Ela toca a pessoa inteira e todos/as com quem ela vive. Mexe com a esperança, com aumento ou perda de sensibilidade, faz crescer hostilidades e rompantes de raiva, culpa e muitas vezes explode a depressão. Quanto mais você estiver ligado/a à pessoa que está cuidando e que ama profundamente, mais vulnerável você ficará nesse momento.
Na hora do turbilhão, é preciso que você se sinta livre para sentir e expressar o que sente. Sem recalcar ou engolir sapos. Aceitar as emoções das pessoas e as suas próprias. Falar libera os sentimentos. Sempre se coloque como ser vivo e importante. Claro, sem arrogância nem superpoderes. E, se precisar, pode chorar. Chorar e derramar lágrimas pode ser um recurso extremamente saudável para homens e mulheres expressarem tristeza, dissolverem tensões e liberaram ansiedades. Um pequeno trecho do Talmude judaico no parágrafo 32º registra: “Todos os portões do Céu estão fechados, com exceção dos portões das lágrimas. Estes estarão sempre abertos”. Se você tem dificuldades de falar abertamente do que sente, pode escrever. Assim destrava as camadas de sentimentos e dá voz ao seu eu interior.
Afastar-se de amigos e da família será sempre a pior escolha quando você estiver consumido/a pela tarefa de cuidar de idosos, crianças e familiares. Especialmente se você nunca teve qualquer orientação e preparo para ser um/a cuidador/a. Cuidar pode ser desgastante, pois é rotina diária, pessoal e, às vezes, por que não dizer, chata. Qualquer ser humano cansa e se desgasta. Quando for cuidar de alguém, saiba que vai precisar mais do que nunca de amigos e amigas. Não se afaste, não se isole. Não fuja para a solidão vazia. Há uma solidão com Deus e com a meditação. Ficar só sem pensar ou rezar é a oficina do capeta. Procure amigos ou profissionais terapêuticos que ouçam sua voz e saibam como você se sente, e não como deveria se sentir. Tenha amigos e amigas que liguem para você e lhe visitem, mesmo que você esteja mal-humorado ou de baixo-astral. Gente que ajude você a se divertir e relaxar. Gente que apoia por amizade e sem julgamentos sumários ou superficiais. Sobretudo, fique distante de moralistas ou de quem acha que você sempre faz pouco ou tudo errado. Diga aos amigos e amigas o quanto precisa deles/as e que não os quer como muro das lamentações, mas ombro amigo para horas amargas e até, por que não, uma dança feliz para sublimar momentos de dor.
Na próxima semana, refletiremos enfim sobre o cuidado do próprio corpo e sobre a importância do cultivo do cuidado.
Cuidar da saúde emocional
Compreender que a doença não é um sintoma ou pedaço de alguém. Ela toca a pessoa inteira e todos/as com quem ela vive. Mexe com a esperança, com aumento ou perda de sensibilidade, faz crescer hostilidades e rompantes de raiva, culpa e muitas vezes explode a depressão. Quanto mais você estiver ligado/a à pessoa que está cuidando e que ama profundamente, mais vulnerável você ficará nesse momento.
Na hora do turbilhão, é preciso que você se sinta livre para sentir e expressar o que sente. Sem recalcar ou engolir sapos. Aceitar as emoções das pessoas e as suas próprias. Falar libera os sentimentos. Sempre se coloque como ser vivo e importante. Claro, sem arrogância nem superpoderes. E, se precisar, pode chorar. Chorar e derramar lágrimas pode ser um recurso extremamente saudável para homens e mulheres expressarem tristeza, dissolverem tensões e liberaram ansiedades. Um pequeno trecho do Talmude judaico no parágrafo 32º registra: “Todos os portões do Céu estão fechados, com exceção dos portões das lágrimas. Estes estarão sempre abertos”. Se você tem dificuldades de falar abertamente do que sente, pode escrever. Assim destrava as camadas de sentimentos e dá voz ao seu eu interior.
Buscar amigos e amigas para ter apoio
Na próxima semana, refletiremos enfim sobre o cuidado do próprio corpo e sobre a importância do cultivo do cuidado.
Medoro, irmão menor-padre pecador
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