Passado indígena, influência de Barão e a visão de um armênio: Saiba 5 curiosidades sobre Levy Gasparian

Município celebra 33 anos de emancipação político-administrativa neste domingo (30)


Levy Gasparian celebra 33 anos hoje (30), mas sua história vai muito além. Você sabia que a cidade já foi parte de Paraíba do Sul e até distrito de Três Rios?

Que um empresário armênio impulsionou seu desenvolvimento? Ou que a região já foi palco de disputas entre tribos indígenas e um importante corredor econômico para a Coroa Portuguesa?

Veja alguns marcos e curiosidades sobre a cidade ainda não tão conhecidos 👇

 




Já foi.. Paraíba do Sul? 🗺️


O município tem uma história que se entrelaça com a de seus vizinhos.

No século XVII, a região era um ponto estratégico no Caminho Novo para as Minas Gerais, desbravado por bandeirantes. 

No século XIX, a Fazenda Serraria, sob a batuta do Barão do Piabanha, prosperou com a cana-de-açúcar e impulsionou o desenvolvimento local. O Barão, figura ilustre, construiu hospitais e doou terras para a Estrada União e Indústria, marcando seu legado na região. 



Fazenda Serraria


Em 1884, surgiu o distrito de Mont Serrat, que pertencia a Paraíba do Sul e depois a Três Rios. Com o crescimento da região, o distrito se tornou município em 1991, adotando o nome de Comendador Levy Gasparian, em homenagem ao empresário que impulsionou a industrialização local. 




Principal figura da história da cidade não é brasileira 🌆

Sabia que o nome da cidade homenageia um imigrante? Levy Gasparian, um armênio visionário, chegou na década de 50 e deixou sua marca na região.

Em 1953, construiu o Lanifício Alto da Boa Vista, no bairro Fábrica, um marco na industrialização local, empregando cerca de 1.400 pessoas em seu auge.  Mas sua visão ia além da fábrica: investiu em infraestrutura, construindo moradias, escola, cinema e até um clube para seus funcionários! 

Comendador Levy Gasparian


Conhecido por sua generosidade, promovia festas e churrascos para a comunidade. Seu legado se estende à política, ao esporte e à infraestrutura da cidade, com a construção da Praça Joaquim José Ferreira e da Estação de Tratamento de Água (ETA). 

Mesmo após seu falecimento em 1972, a importância de Levy Gasparian para a região foi reconhecida. Em 1963, a localidade de Serraria foi renomeada em sua homenagem, e em 1991, o município foi oficialmente criado. 


Os legítimos primeiros habitantes 🏹

Bem antes de ser a Levy Gasparian que conhecemos, a região era conhecida como Ibituruna, "ave robusta" em língua indígena, um nome que ecoava a rica fauna local. Mas a beleza natural escondia uma história de conflitos: as tribos Puris, Coroados e Barrigudos disputavam ferozmente as margens dos rios Preto, Paraibuna e Paraíba do Sul. 

Essa disputa ancestral marca o primeiro capítulo da história da região, que logo se entrelaçaria com a chegada dos colonizadores. No século XVI, o explorador Martim Corrêa de Sá percorreu o vale do rio Paraíba do Sul rumo às Minas Gerais, abrindo caminho para outros aventureiros em busca de riquezas. 


Retratos de índios puris feitos pelo pintor alemão Johann Moritz Rugendas no século XIX


A busca por ouro e a necessidade de uma rota mais rápida entre Minas Gerais e Rio de Janeiro impulsionaram a exploração da área, revelando seus segredos e riquezas. E assim, a "Paraíba Nova" começava a trilhar seu caminho rumo ao que hoje conhecemos como Levy Gasparian. 


Importância para a Coroa 💰

No século XVIII, a região de Paraibuna era um verdadeiro tesouro para a Coroa Portuguesa.  Localizada no Caminho Novo, rota crucial entre o Rio de Janeiro e as Minas Gerais, a localidade abrigava o "Registro", uma alfândega que controlava o fluxo de ouro e diamantes, garantindo a arrecadação de impostos e a riqueza do império. 

Mas não era só de ouro que vivia Paraibuna. A região também se destacava pelo cultivo da mamona, planta usada na produção de azeite, o combustível que iluminava as casas e fazendas da época. 

Em 1817, o "Capitão Tira-Morros" alterou o traçado do Caminho Novo, facilitando o transporte de riquezas e impulsionando o desenvolvimento da região. 

Mapa do Caminho Novo


Paraibuna, um ponto estratégico que garantiu a prosperidade da Coroa Portuguesa e ajudou a moldar a história de Levy Gasparian. 



Imóvel mais antigo onde funciona uma escola pública de todo o Estado do Rio de Janeiro 

Em meio à história de Levy Gasparian, um prédio se destaca: o Colégio Estadual Coronel Antônio Peçanha, um imóvel neoclássico que é a escola pública mais antiga em funcionamento no estado do Rio de Janeiro.

Foto: Jorge A. Ferreira Jr.


Inaugurado em 1873, o colégio viu gerações de alunos passarem por suas salas de aula, testemunhando a transformação da antiga Serraria em Comendador Levy Gasparian. 🎓


LEVY 33 ANOS | Bairro Fábrica: Do Auge Ao Abandono

 Documentário do Entre-Rios Jornal conta a história do bairro mais importante da história do município sob a perspectiva de diferentes gerações





full-width

Comentar

Postagem Anterior Próxima Postagem