Jovens trirrienses e os Santos jovens africanos

Uma vez mais a comunidade católica e muita gente da sociedade trirriense apreciaram felizes os belos tapetes de Corpus Christi. E, sobretudo, a beleza criativa, o entusiasmo mesmo dos jovens engajados na Pastoral da Juventude e nos vários movimentos eclesiais de jovens: Shalon, EAC-Encontro de adolescentes com Cristo, Segue-me, Grupos Paroquiais de Jovens e outros. Jovens cristãos e artesãos. Antes da Procissão do Santíssimo Sacramento, enquanto apreciava a finalização de tamanha e bela arte juvenil, muitos católicos e de outras igrejas cristãs, de religiões diversas e até alguns “ateus” parabenizavam a arte e a dedicação criativa, generosa e de fé das nossas juventudes ali presentes.

Na cultura contemporânea tão plural, a nossa festa do Corpo e Sangue do Senhor, na central Praça de São Sebastião, fez acontecer um dia em que a muitos fez reavivar os dons da fé e do amor e a todos a crença numa nova Cultura do Encontro. Sim. A nossa querida cidade de Três Rios cresce mais e mais na valorização dos encontros interpessoais, dos casais que se unem para fortalecer o amor conjugal e a vida familiar, no cuidado e promoção de juventudes sadias, na abertura comunitária, a qual se estende aos grupos de autoajuda e na solidariedade aos doentes, aos solitários da depressão, aos pobres e miseráveis nas ruas com fome, sem abrigo. E destaco o empenho na revitalização dos movimentos sociais pela vida e democracia.

Sublinho os encontros juvenis nas áreas dos esportes, das artes e da cidadania. E aqui, também, o apoio do poder público municipal na criação de novas infraestruturas para o esporte e o lazer. Junta-se a tudo isso os passosdo diálogo ecumênico e inter-religioso, com destaque nas iniciativas comuns das religiões de origem africana e da nossa Igreja. E, por coincidente Providência Divina fomos chamados e representados pelo jovem Matheus da Silva Souza no ENJEN-Encontro Nacional da Juventude e Espiritualidade Libertadora.Destaco, enfim, a Pastoral da Sobriedade, resgatando os escravizados pela dependência química.

E queremos, motivados por tudo isso unir-nos a toda Igreja que celebrou no último dia 3, segunda-feira, São Carlos Lwanga e companheiros mártires.Ele, Padroeiro da Juventude Africana! Atraído pelos Missionários da África, chamados de “Padres brancos”, ele que pertencia ao clã Ngabi, foi alcançado pela força do Evangelho em 1885. Ele se tornou o chefe dos jovens pajens que serviam a corte do rei Mwanga em Uganda, na África, que há pouco haviam se convertido, sendo ele um exemplo e um incentivador desses fiéis seguidores da fé católica, recebendo, em 1934, pelo Papa Pio IX, o título de Padroeiro da Juventude Africana.

Devido às diferenças culturais e aos sofrimentos decorrentes da colonização, a evangelização na África foi um processo doloroso. Os missionários tinham que ser homens verdadeiramente de Deus, de caridade, para que não fossem confundidos com os colonizadores. Pouco tempo depois da entrada dos padres que foram causa da conversão de Carlos e seus companheiros, o rei se revoltou e decretou pena de morte para os que rezassem. Um pajem de dezessete anos, chamado Dionísio, foi visto ensinando religião. Assim, de próprio punho, o rei atravessou seu peito com uma lança, deixou-o agonizando por toda a noite, e só permitiu sua decapitação na manhã seguinte.

Usou este exemplo para avisar que mandaria matar todos os que rezavam.

Diante de toda essa situação, Carlos, depois de muito se preparar junto com seus companheiros, batizando os que ainda não haviam sido batizados, apresentou-se diante do rei com o firme propósito de não negar a fé, seguido de outros quinze, quando, em sua corte, o rei separou os pajens entre os que rezavam e os que não rezavam. E perguntou:“Mas vocês rezam deverdade?” Responderam: “Sim, meu senhor, nós rezamos realmente”, respondeu Carlos, em nome de todos.“E querem continuar rezando?” “Sim, meu senhor, até a morte”.O rei reagiu: “Então, matem-nos”. E, além do ódio à religião, o rei também estava movido pelo ódio a Santa Pureza, já que nessa formação de pajens, muitas vezes, eram obrigados a satisfazer os desejos impuros do rei.

Para aumentar o sofrimento dos condenados, foram transferidos para uma prisão em Namugongo, sofrendo ultrajes e violência durante todo o caminho pelos soldados do rei.Em 3 de junho de 1886, na expectativa de evitar mais conversões, o rei decretou a mortes de Carlos, que foi queimado vivo diante de todos. Dirigindo suas últimas palavras a um dos jovens que viriam a morrer com ele: “Pegarei na tua mão. Se tivermos que morrer por Jesus, morreremos juntos, de mãos dadas”.A tentativa foi frustrada: seguindo o irmão na fé, nenhum deles – jovens de até vinte anos – renegou, até que, em 1887, o último deles morreu afogado, como parte dos corajosos mártires de Uganda, na África.Todos rezaram até o fim. E um deles disse ao morrer: “Uma fonte, que tem muitas fontes, jamais secará. Quando nós não existirmos mais, outros virão depois de nós”.



Medoro, irmão menor-padre pecador

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