GATVC inaugura Galeria de Troféus e lança projeto do Centro de Memória Rodrigo Portella

Grupo teatral trirriense comemora no Teatro Celso Peçanha seus 87 anos de atividades




Redação

Entidade artístico-beneficente, sem fins lucrativos, o Grupo de Amadores Teatrais Viriato Corrêa — GATVC —iniciou suas atividades em 1937, no então distrito de Entre-Rios, que pertencia ao município de Paraíba do Sul. Assim, o GATVC é mais antigo que o próprio município de Três Rios (na época Entre-Rios) pois foi criado antes da emancipação político-administrativa, em 14 de dezembro de 1938.

Início das atividades do grupo de teatro amador

“Foi fundado, em Entre-Rios, um Grupo Dramático”, noticiava o Entre-Rios Jornal em sua primeira página, na edição do dia 20 de maio de 1937.

A partir da edição de 27 de maio daquele ano, um cupom publicado no Entre-Rios Jornal dava oportunidade aos leitores “entrerrienses” (gentílico da época) para escolher o nome que seria dado ao grupo dramático: “iniciamos hoje, a consulta ao público entrerriense, sobre o nome que se deva dar ao Grupo Dramático em promoção”.

Escolhido o nome Grupo Dramático 1º de Maio, no dia 14 de junho de 1937, era encenada “Zuzu” (escrita por Viriato Corrêa). A renda com a venda dos ingressos na bilheteria do Cine Theatro 1º de Maio foi destinada ao Hospital Nossa Senhora da Conceição.

“Zuzu” foi apresentada mais duas vezes com renda em benefício às obras do hospital e também para o Grêmio Musical 1º de Maio.

A primeira diretoria do grupo, eleita em 1937, tinha como presidente José Ferreira Cerqueira.

Na edição de nº 225 de 30 de novembro de 1939, o Entre-Rios Jornal publicava a mudança de nome do grupo, que, motivada pelo sucesso da primeira apresentação, seus integrantes resolveram homenagear o autor do primeiro espetáculo encenado pelo grupo (Zuzu), do escritor Viriato Corrêa, passando a chamar-se Grupo de Amadores Teatrais Viriato Corrêa.

Durante cerca de 25 anos o grupo apresentava seus espetáculos no Cine Theatro 1º de Maio, na Banda 1º de Maio e no Clube Atlético Entre-Rios (Caer), sempre com grande sucesso de público.

Na década de 1950, como os locais onde o grupo se apresentava estavam com diversas atividades, os amadores, que ganhavam cada vez mais adeptos, iniciaram um movimento para a construção de um espaço próprio para abrigar os ensaios e apresentações.

Em novembro de 1958, foi criado um movimento de arrecadação de recursos denominado Sócio-Benemérito Adulto. A campanha teve um sucesso enorme com adesão de 396 sócios e a pedra fundamental da obra foi lançada em 28 de junho de 1959, com a ilustre presença do patrono do Grupo e acadêmico Viriato Corrêa, do embaixador e secretário Nacional de Cultura Paschoal Carlos Magno e do teatrólogo Joracy Camargo.

A obra durou 40 meses e contou com o apoio de diversas empresas, artistas, do poder público municipal, estadual e federal, além da imprensa escrita e falada.

O projeto e a decoração do teatro foi desenvolvido e realizado pelo artista e projetista Wanderley Rodrigues que desempenhou seu trabalho sem receber qualquer quantia em dinheiro.

O prédio foi inaugurado em dezembro de 1962, com a apresentação do espetáculo “Dona Xepa”, e recebeu o nome de Teatro Celso Peçanha, em homenagem ao governador do Estado do RJ, maior doador na construção do prédio.

Na década de 1970, houve uma participação importante de alunos das redes de ensino pública e particular, no Festival Estudantil de Teatro, que estimulou o potencial artístico dos jovens da época que passaram a ter uma freqüência maior durante os espetáculos exibidos no Celso Peçanha.

 

O prédio possuía 342 lugares, porém na reforma realizada em 2005, patrocinada pelo Governo do Estado, o espaço passou a ter 324 lugares, que passaram a acomodar melhor o público.

Desde 1937, o GATVC teve 15 presidentes, todos homenageados na galeria dos ex-presidentes na inauguração do hall de entrada, realizada em 16 de junho de 2018. No palco do teatro foram encenados em torno de de328 espetáculos

Atualmente estão cadastrados cerca de 960 amadores, destacando-se o sócio nº 1, o Sr. Isaltino Silveira.

Homenagem em vida a Rodrigo Portella

Com uma trajetória artística, especialmente no meio teatral, com grande sucesso e premiações importantes, o diretor Rodrigo Portella, 47 anos, será homenageado com seu nome no Centro de Memória do Teatro Celso Peçanha.

Trirriense, Rodrigo Portella iniciou sua trajetória artística no GATVC aos 15 anos, como ator da peça M.O.R.T.E..

Em 1999, já no Rio de Janeiro, com outros artistas monta a Quantum Cia de Teatro. Assim inicia sua carreira profissional.

Por volta de 2007, ao retornar a Três Rios, ele cria o projeto EducaCine, em parceria com a Prefeitura, para ensinar cinema a mais de 700 jovens de escolas públicas durante 6 anos.

Também em parceria com o governo municipal criou e produziu o Festival Off Rio, com patrocínio da Light e da Caixa Econômica. O Festival, de alcance internacional, levou ao público da região os mais relevantes trabalhos da cena brasileira durante 5 anos daquele período.

De 2011 a 2016, em parceira com artistas locais, dirigiu três espetáculos que o tornaram, assim como seu novo grupo, a Cia Cortejo, conhecidos nacionalmente. “Uma História Oficial” e “Antes da Chuva” tiveram indicações ao Prêmio Shell de Melhor Texto e Direção em 2014. Este último percorreu 62 cidades pelo Brasil, de norte a sul, pelo projeto Palco Giratório do Sesc. “Alice Mandou Um Beijo” estreou no Sesc Copacabana em 2016 e virou curta-metragem 5 anos depois.

Em 2017, a convite do ator Armando Babaioff, Portella dirigiu “Tom na Fazenda, seu maior sucesso teatral. A peça deu a Rodrigo os maiores prêmios do teatro brasileiro e o reconhecimento nacional e internacional. Na sequência, dirigiu “Insetos”, espetáculo que comemora os 30 anos da Cia dos Atores, entre tantos outros, incluindo “As Crianças”, também vencedor de diversos prêmios, “O Pior de Mim” com Maitê Proença e “Meu Filho Só Anda Um Pouco Mais Lento” com Simone Mazzer, Elisa Lucinda, Enrique Diaz, Antônio Pitanga, entre outros.

Em 2022, escreveu e dirigiu “Ficções”, com Vera Holtz, inspirado no livro Sapiens de Yuval Noah Harari, indicado a todos os prêmios cariocas.

Atualmente Rodrigo reside em Barcelona, na Espanha, é professor do Curso Superior do Instituto Cal de Arte e Cultura no Rio de Janeiro e se dedica a escritura de seu mais novo espetáculo “Todo sangue há de voltar ao coração”. O diretor também prepara um musical em homenagem ao cantor norte-americano Ray Charles, falecido em 2004.

Imagens: foto 1 - Dalton Valério/ Divulgação / foto 2 - Igor Vinagre  



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