Celebramos, hoje, no bairro da Ponte das Garças a Festa de Santa Rita de Cássia.A devoção surgiu através de um casal que veio morar no bairro, Maria Gilda Costa e Silva e Ari Costa e Silva. Eles participavam das missas e orações que já existiam na comunidade. Eram conhecedores da história da santa e Dona Gilda falava com muito fervor sobre a poderosa intercessão da Santa e muitas pessoas acolheram a devoção. Assim, por iniciativa da Dona Gilda a comunidade iniciou a obra da capela, no grande terrenocomprado e doado pelo Sr.Clébio Duarte. Dona Gilda demonstrou o interesse em assumir a construção da capela doando todo o material e também a mão de obra. Assim foi inaugurada a capela no dia 22 de maio de 1995, contando com a presença de grande número de devotos, como se vê até hoje.
Nossa santa nasceu por volta do ano de 1381, filha de Antônio Lotti e Camata Ferri. Os seus pais eram pessoas de fé e a situação econômica não era das melhores. Quando criança, talvez deixada por alguns minutos sozinha em uma cesta na roça enquanto os seus pais trabalhavam na terra, foi circundada de um enxame de abelhas. Estes insetos recobriram a menina, mas estranhamente não a picaram. Um trabalhador rural, que no mesmo momento havia ferido a mão com a enxada e estava correndo para ir curar-se, passou na frente da cesta onde estava deitada. Viu as abelhas que rodeavam a criança, começou a mandá-las embora e com grande estupor, à medida que movia o braço, a ferida se cicatrizava completamente.
Nossa santa, por volta dos 13 anos, desejou ser monja; todavia os pais, já idosos, a prometeram em casamento a Paulo Ferdinando Mancini, um homem conhecido pelo seu caráter iroso e brutal. Santa Rita, habituada ao dever não opôs resistência e se casou com o jovem oficial que comandava a guarnição de Collegiacone, presumivelmente entre os 17-18 anos. Desse casamento nasceram dois filhos gêmeos, que tiveram todo o amor, a ternura e os cuidados da mãe. Ela buscou educá-los na fé e no amor. Porém, eles foram influenciados pelo pai, que antes de se casar se apresentava com uma boa índole, mas depois se mostrou fanfarrão, traidor, entregue aos vícios. E seus filhos o acompanharam.
Sem o marido e filhos, Santa Rita entregou-se à oração, penitência e obras de caridade e tentou ser admitida no Convento Agostiniano em Cássia, fato que foi recusado no início. No entanto, ela não desistiu e manteve-se em oração, pedindo a intercessão de seus três santos patronos – São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolas de Tolentino – e milagrosamente foi aceita no convento. Isso aconteceu por volta de 1441.Seu refúgio era Jesus Cristo. Viveu as situações impossíveis de sua vida se refugiando no Senhor, até se tornar freira.Ela recebeu um estigma na testa, que a fez sofrer muito devido à humilhação que sentia, pois cheirava mal e incomodava os outros. Por isso teve que viver resguardada.
Os últimos 15 anos de sua vida foram de sofrimento sem trégua. A sua perseverança na oração a levava a passar até 15 dias seguidos na sua cela “sem falar com ninguém se não com Deus”. Usava também o cilicio que lhe dava tanto sofrimento, submetendo o seu corpo a muitas mortificações: dormia no chão até que se adoentou e assim ficou até os últimos anos da sua vida.Cinco meses antes de sua morte, num dia de inverno com a temperatura rígida e um manto de neve cobria tudo, uma parente lhe foi visitar e antes de ir embora perguntou à Santa se desejava alguma coisa. Ela respondeu que teria desejado uma rosa da sua horta. A parente foi à horta e grande foi a sua surpresa quando viu uma belíssima rosa, a colheu e a levou a Rita.Assim Santa Rita foi denominada a Santa da “Rosa” e dos impossíveis.
Santa Rita no dia 22 de maio de 1447, antes de fechar os olhos para sempre, teve a visão de Jesus e da Virgem Maria que a convidavam no Paraíso. Uma monja viu a sua alma subir ao céu acompanhada de Anjos e contemporaneamente os sinos da igreja começaram a tocar sozinhos, enquanto um perfume suavíssimo se espalhou por todo o Mosteiro e no seu quarto viram uma luz luminosa como se fosse entrado o Sol. Ela foi beatificada 180 anos depois da sua subida aos céus e proclamada Santa após 453 anos da sua morte.Assim, deixou-nos o exemplo de humildade e bondade, viveu o Evangelho a tal extremo que foi capaz de perdoar os assassinos de seu marido e de orar por eles. Santa Rita! Rogai por nós!
Medoro, irmão menor-padre pecador
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