Presidente da Transa Transporte relata dificuldades em manter serviços da empresa: “A conta não está fechando”

 

Sem renovar a frota desde 2013, a Transa afirma não ter investimentos para a compra de novos ônibus. Foto: Transa Transporte


O presidente da Transa Transporte, Carlos Roberto Fonseca, questionou algumas gratuidades concedidas à população pelo poder público e relatou que a empresa vem sofrendo com problemas financeiros. A declaração foi dada durante uma coletiva de imprensa na sede da companhia, na manhã desta quinta-feira (11).

Emocionado, o empresário relatou dificuldades no pagamento de fornecedores e funcionários. Carlos Fonseca disse ser favorável ao direito do passe livre, mas que abusos e fraudes no processo de obtenção das gratuidades vêm ocorrendo e devem ser combatidos. 

“Quando você vê um ônibus hoje, com 40 passageiros, 20 pagaram a passagem. Entendemos que a gratuidade é necessária, uma forma de se fazer justiça social, mas muitas vezes acabam ocorrendo abusos. Se a pessoa tem uma determinada patologia que não a impede de nada, porque não pode pagar a passagem? Isso tem aumentado muito”, disse.


Carlos Roberto Fonseca. Reprodução/ Instagram


Segundo o presidente da Transa, os problemas financeiros da empresa se agravaram após a pandemia. Em casa, a maioria das pessoas teve que obter meios de transporte alternativos, prática que, segundo ele, se mantém até hoje. 

Fonseca afirmou ter tido em 2023 uma média de 120 mil passageiros a menos do que em comparação a 2019, último ano antes da covid-19 se alastrar pelo país.

“Esses são números que não vão voltar. E, infelizmente, os nossos custos não se reduzem na mesma proporção dessa diminuição de passageiros”, relatou o empresário.


Carlos Fonseca afirmou que as gratuidades e o custeio das carteiras estudantis representam um impacto significativo nas finanças da empresa, que já implantou diversas medidas de gestão para reduzir os custos. 

Segundo ele, faltam critérios nos processos de obtenção desses documentos, fato que tem se agravado ano a ano.

De acordo com a Transa, no último mês de março, houve uma redução de 40 mil passageiros em relação ao mesmo período do ano passado – um prejuízo de cerca de R$160 mil.

O presidente da companhia ressaltou, no entanto, que aumentar o preço da tarifa não está entre as iniciativas pensadas para a resolução do problema. De acordo com ele, uma diminuição no número de gratuidades, aliada a subsídios do poder público, pode contribuir para uma melhora da situação.

“Temos que pensar juntos. Poder Executivo, Legislativo e a sociedade. Mas com certeza o aumento da passagem não é uma solução, de forma alguma. Cada vez que esse valor aumenta implica na diminuição de passageiros, que não têm culpa desse processo. O nosso desabafo é esse: a conta não está fechando”. 




A Transa Transporte admitiu também que precisa regularizar algumas certidões para a obtenção de incentivos financeiros do governo municipal.

Com mais de 40 anos à frente do transporte coletivo de Três Rios, a empresa vive um dos piores momentos da história em relação a faturamento. Segundo dados da própria companhia, todos os dias, cerca de 50% dos passageiros que usam os coletivos não pagam pelo serviço.

Sem renovar a frota desde 2013, a Transa afirma não ter investimentos para a compra de novos ônibus, que custam, segundo o empresário, cerca de R$700 mil reais cada, e nem de melhorias nos antigos, como a colocação de ares-condicionados.

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