Liderança Efetiva – Parte V



Ser líder envolve grande responsabilidades, a começar pela responsabilidade de buscar sabedoria para conseguir liderar a si mesmo. Na teoria parece algo mais fácil do que na prática, como boa parte das coisas na vida. Quando nos aproximamos da sabedoria caminhando nas trilhas dos conhecimentos aprendemos a lidar melhor com nossos pensamentos, ações, comportamentos e sentimentos. Inteligência emocional e comportamental são assuntos mais falados do que trabalhados, lapidados... Por outro lado não podemos ver a liderança de si e em relação ao contexto sem pensar em atos, deixando de levar em consideração ações necessárias em busca dos melhores resultados.

Alguns anos atrás, escrevi em um artigo que somos influenciados pelo contexto, mas que também podemos influenciá-lo. Quando aprendemos a utilizar pontes, baixar a guarda para aprimorar os movimentos por vezes, podemos no expor de certo modo, mas ganhamos versatilidade e experiência de algum modo. Um lutador que fica com a guarda alta o tempo todo e não se movimenta bem tende a correr mais riscos e ser dominado pelo adversário durante o combate, principalmente se o mesmo for ágil e tiver experiência aliada a ousadia. Resumindo, por vezes precisamos sair da zona de conforto, nos arriscar e pagar para ver para conseguirmos analisar melhor determinados contextos. Me lembro de uma empresa que fui atender no centro do Rio de Janeiro há anos e anos; ao chegar na empresa existiam lugares de difícil acesso e que algumas pessoas não costumavam inspecionar e ir para realizar o levantamento de dados. Quase ao final do dia de trabalho de nossa equipe de consultoria naquela empresa de dimensões colossais, percebi que o foco não seria ir nos ambientes mais distantes, de difícil acesso e hostis, por assim dizer. Eu procurei saber sobre os lugares e processos de fabricações em questão, fiz contato com pessoa de dentro da organização e da equipe de consultoria informando que eu iria. Muitos não estavam dispostos a pagar o preço e irem a um lugar menos desejável e se sujar de poeira no fim do dia de trabalho, mas eu senti que era necessário, mesmo sendo novato naquela empresa de consultoria, a segunda pela qual estava dando passos em uma nova fase da minha trajetória profissional. Com o ok de todos e fazendo as avaliações necessárias, fui até os locais de trabalho; lembro que existiam muitos maquinários, poucos trabalhadores e muita poeira advinda do processo produtivo; micropartículas dispersas no ar. Percebi aos poucos que de tempos em tempos a poeira dava uma trégua e que aqueles momentos preciosos eram os melhores para fazer as avaliações necessárias, não deixando de seguir todos os protocolos e medidas de segurança e saúde. Tomei o cuidado de não estar longe do campo de visão de alguns membros da equipe. No fim das contas ficamos muito felizes com os levantamentos realizados, pois ainda não tínhamos conhecimento de dados e informações de suma importância. Depois, com mais tempo, no escritório, tomamos as medidas necessárias em prol daquela área da empresa que contratou determinados serviços de consultoria.

O que podemos tirar dessa história? Que é possível ter uma motivação intrínseca que alimenta o comprometimento com a busca pela excelência, mesmo que por vezes não tenhamos a maior das experiências e todas as ferramentas que precisamos por assim dizer. Com esforço e boa-fé, comunicação e um pouco de café, conseguimos desempenhar melhor do que quando ficamos a esperar as coisas acontecerem sem dedicação e engajamento.

É claro que depois verificamos oportunidades de melhorias e atingimos os resultados esperado deixando a equipe e o cliente satisfeito! De quebra, tive a oportunidade de aprender um pouco mais e pude contribuir, pude ser útil para a equipe e para a empresa que contratou os serviços; isso sem mencionar que hoje, após um longo período, estou tendo a oportunidade de falar sobre uma experiência positiva para quem estiver lendo o artigo.

Por vezes, nós, líderes de nós mesmos e quando preciso de determinados contextos, sentiremos as dores do desconforto de não ficarmos na zona de conforto, mas, faz parte do processo e do caminha da melhoria contínua de quem se esforça para escrever uma melhor história.

Às vezes para nos encontrarmos precisamos no laçar e aprender a priorizar... e você, como está indo como líder de si mesmo e de determinados contextos?

“Só quem paga o preço escreve os melhores textos”...

Lembre-se: “cabe a nós escolhermosnos tornarmos pontes ou ilhas”...

Vale lembrar que: “para atingir um bom alvo é sensato mirar alto com os pés no chão”. Novamente ouso dizer que: “sem visão, propósito, determinação, esforço, empatia e ousadia, nos perdemos das raízes da sinergia”.

“Tenha como pilar o planejamento, a organização, motivação, engajamento e as pessoas; não julgue as coisas fora do tempo”.

“Qualquer pirâmide com a base frágil está fadada a ruir em determinado momento”.

“Apenas o homem pode tornar-se o canibal de si mesmo”.

“Se viver é costurar um texto, costure bem a sua história”.


Desejo a todos vocês, dias produtivos e abundantes! Até o próximo artigo!...

Seja forte e corajoso. Não se apavore nem desanime.

Imagem: Santa Maria Garcia
 


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