Ano Novo sob o Sínodo

Iniciando o Ano Novo de 2024, nós cristãos estamos em sintonia com o Sínodo Mundial, ajudados pela Carta de conclusão da primeira etapa em outubro pp. Esta Carta, da Cidade do Vaticano, assinada em 25 de outubro de 2023, fala como transcorreu a Assembleia e como deve prosseguir até a próxima etapa, em outubro de 2024, conforme a síntese do prefeito do Dicastério para a Comunicação e presidente da Comissão para a Informação, Paolo Ruffini:

Método: conversação espiritual e partilha

Contexto: A assembleia aconteceu no contexto de um mundo em crise, cujas feridas e escandalosas desigualdades ressoaram dolorosamente nos nossos corações e conferiram aos nossos trabalhos uma gravidade peculiar, tanto mais que alguns de nós vieram de países onde a guerra deflagra.

Rezamos pelas vítimas da violência assassina, sem esquecer todos aqueles que a miséria e a corrupção atiraram para os perigosos caminhos da migração. Comprometemo-nos a ser solidários e empenhados ao lado das mulheres e dos homens que operam em todo lugar do mundo como artesãos da justiça e da paz.

Espaço: de silêncio para a escuta

Apelo: à conversão pastoral e missionária. A vocação da Igreja é anunciar o Evangelho não se centrando em si mesma, mas pondo-se ao serviço do amor infinito com que Deus ama o mundo (cf. Jo 3,16). Quando lhes perguntaram o que esperam da Igreja por ocasião deste Sínodo, algumas pessoas em situação de rua que vivem perto da Praça de São Pedro responderam: “Amor! “.

E agora? Como prosseguir?

A Carta diz que é tempo de dinamismo da comunhão missionária. Que os meses que nos separam da segunda sessão, em outubro de 2024, permitam a todos participar concretamente no dinamismo de comunhão missionária indicado pela palavra “sínodo”.Disse o papa: “Comunhão e missão correm o risco de permanecer abstratos se não cultivarmos uma práxis eclesial que exprima a concretude da sinodalidade (…), promovendo o envolvimento real de todos e de cada um”.

Como envolver? A Igreja precisa escutar todos

- a começar pelos mais pobres. Isto exige um caminho de conversão, que é também um caminho de louvor: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos” (Lc 10,21)!

- escutar aqueles que não têm direito à palavra na sociedade ou que se sentem excluídos, mesmo da Igreja.

- escutar as pessoas que são vítimas do racismo em todas as suas formas, especialmente em algumas regiões, os povos indígenas cujas culturas foram desprezadas.

- a Igreja do nosso tempo tem o dever de escutar, em espírito de conversão, aqueles que foram vítimas de abusos cometidos por membros do corpo eclesial e de se empenhar concreta e estruturalmente para que isso não volte a acontecer.

- escutar os leigos, mulheres e homens, todos chamados à santidade em virtude da sua vocação batismal: o testemunho dos catequistas, que em muitas situações são os primeiros anunciadores do Evangelho; a simplicidade e a vivacidade das crianças, o entusiasmo dos jovens, as suas interrogações e as suas chamadas; os sonhos dos idosos, a sua sabedoria e a sua memória.

- escutar as famílias, as suas preocupações educativas, o testemunho cristão que oferecem no mundo de hoje.

- escutar: acolher as vozes daqueles que desejam se envolver em ministérios leigos ou em órgãos participativos de discernimento e de tomada de decisões.

- recolher ainda mais a palavra e a experiência dos ministros ordenados: os sacerdotes, primeiros colaboradores dos bispos, cujo ministério sacramental é indispensável à vida de todo o corpo; os diáconos, que com o seu ministério significam a solicitude de toda a Igreja ao serviço dos mais vulneráveis.

- deixar-se interpelar pela voz profética da vida consagrada, sentinela vigilante dos apelos do Espírito.

- estar atenta a todos aqueles que não partilham a sua fé, mas que procuram a verdade e nos quais o Espírito, que “a todos dá a possibilidade de se associarem a este mistério pascal por um modo só de Deus conhecido” (Gaudium et spes 22), também está presente e atua.

Para o Papa Francisco, o mundo em que vivemos, e que somos chamados a amar e a servir mesmo nas suas contradições, exige da Igreja o reforço das sinergias em todos os âmbitos da sua missão. “É precisamente o caminho da sinodalidade que Deus espera da Igreja do terceiro milênio”. Não tenhamos medo de responder a este apelo.

Medoro, irmão menor-padre pecador

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