Ano Jubilar da Gratidão



É com grande alegria, com o coração em festa e sob a intercessão do nosso Padroeiro, São Sebastião, a Diocese de Valença ecelebra o Ano da Gratidão no seu tríduo preparatório do seu primeiro centenário de criação, através da bula Apostolico Officio do Papa Pio XI, desmembrada das então Dioceses de Niterói e Barra do Piraí (hoje Diocese de Barra do Piraí – Volta Redonda), no dia 27/03/1925. Em 2025, toda a Igreja celebra o Jubileu do Nascimento de Jesus e a nossa Igreja diocesana celebra o seu primeiro Centenário de sua fundação. Igualmente o centenário da Igreja aqui em Três Rios.

Esse tempo de preparação para os centenário de criação da Diocese de Valença e da Igreja de Três Rios, é um tempo oportuno para ressignificar a opção pelo Reino de Deus e a renovação na fé, a esperança que se lança na atitude evangelizadora sob um tríplice olhar: o olhar para o passado (Memória), o olhar do presente (Gratidão) e o olhar que se volta para o futuro (Missionário). Ao perceber que Deus não nos abandonou em nenhum momento, sempre esteve presente. Essa memória suscita a GRATIDÃO por tantas vidas doadas, irmãos(as) incansáveis, pessoas generosas e santas. Gratidão pelo crescimento, pelas derrotas e vitórias semeadas com fé e coragem. A Gratidão ampara a confiança no futuro com entusiasmo e audácia evangélica com a consciência de que essa história não terminou.

Esse duplotríplice Jubileu poderá ser uma propícia ocasião pastoral para a igreja, porque ainda uma vez inserindo-se no caminho da história jubilar, oferecerá ao povo dessa Igreja Particular, uma oportunidade para expressar a própria fé. O Jubileu precisa corresponder, antes de tudo, à espiritualidade popular que brota das exigências do povo de querer experimentar a fé nas formas próprias da sua linguagem e realizando atos que são típicos da sua tradição.

“Sede agradecidos” – ordena enfaticamente o apóstolo Paulo (Cl 3.15). A expressão “Rendei graças ao Senhor”, que são as primeiras palavras de cinco Salmos (105, 106, 107, 118, 136), aparece inúmeras vezes nesse livro dos Salmos. O espírito de gratidão de Paulo é impressionante. O apóstolo está sempre dando graças. Logo no início de onze de suas treze epístolas, Paulo registra que dá graças a Deus por suas manifestações na vida daqueles para quem escreve (Rm 1.8; 1Co 1.4; 2Co 2.14; Ef 1.16; Fp 1.3; Cl 1.3; 1Ts 1.2; 2Ts 1.3; 1Tm 1.12; 2Tm 1.3; Fm 4). Ele, que tanto ora pela igreja e pelos fiéis, se sente na obrigação de agradecer: “Devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor” (2Ts 2.13).

Um dos maiores dramas constatado em nossa geração é a dificuldade de reconhecer motivos para agradecer. Ao resgatar as riquezas da memória, as pessoas compreendem que tudo é dom e graça de Deus e esquecer de agradecer é passar ao lado daquilo que constituí a beleza da vida. Agradecer é muito mais que dar graças. “Ali onde não há gratidão, o dom fica perdido” (Bruno Forte). A gratidão parece apresentar-se aqui como um plus, como algo que deveria brotar com naturalidade nas relações humanas e na vida de fé, e não como uma atitude estatisticamente minoritária.

Na vivência cristã, a gratidão nasce com naturalidade e espontaneidade nos corações humildes, nas pessoas conscientes de que aquilo que recebem não é por mérito ou retribuição. Tudo é gratuidade. Precisamente porque percebem a história secular como um presente, se voltam para Deus, entregando-lhe “tudo o que tem e possuem”. A Gratidão resgata a confiança e a profecia, há muito mais a agradecer do que se lamentar... Assim, a Memória se faz gratidão.

Demos graças a Deus com nossas celebrações e compromissos com o Reino Deus, ou seja, o mundo do jeito que Deus quer!


Medoro, irmão menor-padre pecador

Comentar

Postagem Anterior Próxima Postagem