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Redação
Nesta terça-feira (5), foi realizada a formatura do 3° ano da Escola Nossa Senhora de Fátima. A turma de formandos fez uma emocionante homenagem ao saudoso aluno Gabriel de Araújo Assumpção Castro Andrade , filho do professor de educação física Andmar Andrade e Soraia de Araújo Assumpção.
Os pais, emocionados, agradeceram a homenagem especial feita pelo aluno João Lucas, que era amigo do "Anjo Gabriel", como até hoje é chamado carinhosamente o menino que levou a cidade a fazer uma campanha de amor e união para doação de sangue e orações em sua intenção.
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Em 13/6/2015 ele foi a óbito por problemas de saúde. Mas seus familiares e amigos ainda guardam boas lembranças do menino estudioso e amigo de todos os que o rodeavam. Gabriel é uma lembrança viva e doce nos corações de quem teve o privilégio de conviver com ele antes de sua partida precoce.
A seguinte homenagem foi lida pelo aluno João Lucas:
"Boa noite a todos! Agradeço muito pela oportunidade e pela presença de todos
É difícil falar sobre ausência… porque o ausente não está entre nós. A definição do dicionário para 'ausente' é: aquele que está afastado de algum lugar, não presente; que não compareceu. Para observar o ausente é preciso olhar para trás, para o passado. E o passado raramente é um ambiente de conforto. Não é possível alterá-lo, nem apagá-lo. Esquecê-lo? Talvez. Aceitá-lo…? Portanto, o passado é imutável. O que está sob nosso controle é como interpretá-lo.
A partir daí, existem posturas diferentes quanto à forma de lidar com essa ausência e o passado: o 'sentir falta' e a saudade.
O 'sentir falta' vem do lamento, uma pequena pontada de agonia ao perceber que aquela pessoa não está mais aqui. De olhar pra trás e sentir que hoje lhe falta algo. É frio e incompleto; com a ênfase na ausência.
Já a saudade vem das boas lembranças, de gratidão por ter existido ao mesmo tempo do que o agora ausente. De olhar pra trás e saber que os bons momentos vividos lhe aquecem e completam; com a ênfase na lembrança.
Quanto a isso, fomos uma turma obrigada a lidar com o luto cedo demais. A partir daquela dura manhã de simulado no 4º ano, sentimos falta. Muita falta. E é normal que se sinta até hoje. Afinal, essas pequenas lembranças que construímos ao lado de Gabriel existem dentro de nossas mentes. É claro que nós temos lembretes materiais, como a homenagem na quadra poliesportiva. Mas qualquer parede pode ser pintada por cima. Nossa memória, não.
Portanto, somos todos relatos; portadores desses fragmentos de tempo em que essas pessoas viveram, imortalizando suas passagens na Terra. Pequenos museus ambulantes.
Então, o que fazer com essa grande responsabilidade que é carregar memórias daqueles que já não estão mais aqui? Cabe a nós decidirmos entre o 'sentir falta' ou a saudade. Decidir entre esse estado de lamentação e fragilidade, inconformado com o passado, ou a estranha mistura de sentimentos que vêm ao se lembrar de alguém, abraçando o passado. É claro que não é possível eleger apenas um para sentir a vida toda, a mente é indomável demais para isso, mas dentro da nossa racionalidade, é garantido que possa se optar por um.
Por fim, qual é a sua escolha? Eu escolho a saudade. Mesmo sabendo que também dói, depois de doer, o conforto também vem. Dói por imaginar 'como eu queria que você estivesse aqui', mas conforta por prosseguir e dizer 'mas sou grato por ter estado ao seu lado'. Eu escolho viver não na sombra da melancolia da ausência, mas sim na luz da chama da lembrança."
Imagens: Reprodução/ Arquivo
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