Advento da gratidão diocesana

Estamos iniciando, nessa semana, o novo Ano Litúrgico, com Tempo do Advento. Neste a Igreja reza a expectativa da segunda vinda de Jesus Cristo, na plenitude dos tempos (1ª e 2ª semanas) e nos prepara para bem celebrarmos a memória do Natal de Jesus (3ª e 4ª semanas). E, com toda a Diocese de Valença iniciamos o Ano da Gratidão; o último do Triênio Jubilar em preparação ao primeiro centenário da nossa diocese, em 2025, presente nos municípios de Valença, Três Rios, Paraíba do Sul, Sapucaia, Levi Gasparian, Rio das Flores, Vassouras, Miguel Pereira e Paty do Alferes, com suas 22 paróquias e quase 300 comunidades eclesiais.

E nada mais motivador nessa hora, eclesialmente falando, do que vivenciar essas quatro semanas como o descortinar do Tempo de Deus, com a Ação de Graças que nos abre à Esperança que não decepciona: Deus-Pai sempre intervém para pôr fim a tudo o que fere a humanidade e a toda criação. São muitas as gratas lembranças que iremos recordar-vivenciar. E descartam os “porquês” das não-respostas aos incontáveis e terríveis sofrimentos, pois Deus na História da Salvação sempre deu, dá e dará respostas libertadoras e salvíficas que todos esperaram e nós esperamos. E tudo isso ilustrado nas verdades regatadas na liturgia do 1º Domingo do Advento, que passou.

A 1ª Leitura da Missa, que todos ouvimos, do Livro do Profeta Isaias (Is 63,16b-17.19b;64,2b-7) recordou-nos a oração ardente do povo ao Deus da História, quando suplicava por um Salvador. É uma das preces mais bonitas da Bíblia. Ao povo que voltou do exílio desanimado, o Profeta tenta acordar a esperança num futuro de vida e salvação. Deus é invocado como Pai (fonte da vida familiar) Redentor (responsável pelo resgate). E é a primeira vez que se chama Deus de Pai. Termina com a imagem do oleiro: Deus é o oleiro e o Povo é o barro, que o artista modela com amor. Somos barro, frágeis, mas somos também obras de suas mãos! Somos a expressão do amor de Deus

Já o Evangelho proclamado (Mc 13,33-37) é uma exortação à vigilância constante para preparar a vinda do Senhor. Trata-se da Parábola do Porteiro que conta a história do homem que partiu em viagem, distribuiu tarefas aos seus servos e deu ao porteiro uma ordem de... Nesta casa, o dono da casa é Jesus, que ao voltar para o Pai, confiou aos discípulos a tarefa de construir o Reino de Deus, iniciado por Ele. Já o “porteiro" são as lideranças da Comunidade, a quem foi confiada a missão da vigilância e da animação da Comunidade. Essa parábola quer nos ensinar que a vinda do Senhor é motivo de esperança. A nossa caminhada humana não é um avançar sem sentido ao encontro do nada.

À luz dessa caminhada feita na alegria ao encontro do "Senhor que vem" percebemos que o Advento nos recorda que no final da nossa caminhada, o Senhor nos oferecerá a vida definitiva, a felicidade sem fim. O Advento é, pois, tempo da espera vigilante do Senhor. O verdadeiro discípulo deve estar sempre "vigilante". Somos convidados pois a não "dormir", a estar acordados e "vigilantes", sempre prontos para lhe entregar a qualquer momento a sua "casa" bem cuidada. É tempo por excelência da esperança e de esperançar, como Maria Imaculada que celebraremos na próxima sexta-feira, dia 8 de dezembro. Vamos vigiar!

Em nosso Ano Diocesano da Gratidão, vigiemos! E vigiar significa não esquecer que toda a História de nossa Diocese de Valença é, em definitivo, ação de graças e caminhada rumo ao encontro final com Cristo Salvador e Juiz. Logo, vigiar é a atitude de quem se sente responsável, nessa História, pela "casa" de Deus, protegendo a Comunidade de invasões estranhas. Vigiar implica viver sempre empenhado e comprometido na construção de um mundo de vida, de amor, de justiça e de paz, como consequência necessária dos compromissos assumidos no dia do batismo. Vigiar: testemunhar Jesus e o seu evangelho, aberto ao Senhor que vem!

Medoro, irmão menor-padre pecador

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