Dia Mundial de Prevenção de Lesão por Pressão: ferimentos podem causar piora na condição clínica do paciente

Segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a doença chegou a atingir mais de 29 mil brasileiros em 2020



Assessoria HCNSC

Nesta quinta, 16, foi celebrado o Dia Mundial de Prevenção de Lesão por Pressão. A data visa sensibilizar pacientes, familiares, profissionais de saúde e gestores sobre a importância da prevenção desse evento adverso. No ambiente hospitalar é muito comum que haja pacientes acamados, em cadeiras de rodas, em imobilização ou sujeitos a outros fatores de risco para o desenvolvimento de feridas. Um relatório produzido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, entre maio de 2019 e abril de 2020, revela que só neste período mais de 29 mil casos da doença foram notificados no Brasil.

Pensando em esclarecer algumas dúvidas, o médico coordenador da UTI do Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição, Rômulo Gonçalves, e a supervisora de enfermagem da UTI, Patrícia Almeida, falam sobre o problema.

Eles iniciam explicando que a lesão por pressão consiste em um dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo médico ou a outro artefato. As partes do corpo mais comuns de serem afetadas são: lombar, sobre o osso sacral, trocanteres, calcanhares, maléolos, escápulas, ísquios, occipital, e outros locais menos comuns como cotovelo, dedão do pé, ombros, queixo, orelha e coluna.

“As lesões se formam através da pressão não aliviada na pele que comprime os pequenos vasos sanguíneos que fornecem nutrientes e oxigênio. Quando a pele fica sem nutrientes e oxigênio por muito tempo, os tecidos morrem e assim aparecem os ferimentos”, esclarece o médico.

As causam mais comuns para o surgimento destas feridas são: baixa perfusão e oxigenação, situação nutricional deficiente, aumento da umidade da pele e da temperatura corporal, idade avançada, limitações de mobilidade, pacientes acamados ou confinados a cadeiras de rodas, bem como estado geral de saúde.

“O tratamento da ferida envolve a avaliação das condições clínicas do paciente, o uso de analgésicos, o cuidado com o curativo e o desbridamento do tecido inviável. Também é necessária a avaliação diária da evolução da ferida no sentido de continuar ou modificar as condutas até então estabelecidas”, diz a enfermeira.

No Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição são adotados alguns protocolos para a condução correta desses casos, afim de evitar desdobramentos desagradáveis. Por exemplo: Avaliação de Lesão Por Pressão (LPP) na admissão de todos os pacientes, nas primeiras 4 horas, com o objetivo de detectar lesões já instaladas e avaliar o risco de desenvolvimento de LPP; reavaliação diária de risco de desenvolvimento de LPP de todos os pacientes internados 12/12 horas na UTI; inspeção diária da pele 12/12 horas; manejo da umidade: manutenção do paciente seco e com a pele hidratada; otimização da nutrição e hidratação; e minimização da pressão.

Os profissionais finalizam explicando que, se não houver sinais de infecção sistêmica, as lesões podem ser tratadas em casa com orientação de um profissional de saúde especializado. Contudo, se não forem tratadas corretamente podem causar necrose dos tecidos, trombose, osteomielite, dor, agravamento do quadro clínico, prolongamento do tempo de internação, e risco de infecções de amputação e de morte.

Foto: Reprodução/Imagem ilustrativafull-width

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