Unidos da Caixa D´água pode voltar a desfilar em 2024

Após 46 anos a escola mais antiga da cidade apresenta sua nova diretoria dia 16


A diretoria da escola de samba Unidos da Caixa D´água trabalha nos bastidores para levar a mais antiga escola de samba da cidade de volta à Avenida Condessa do Rio Novo, após 46 anos de ausência.

Fundada em 1º de março de 1945, a agremiação azul e branca desfilou no primeiro ano como bloco e em 1946 passou a ser escola de samba. A escola foi reconhecida de Utilidade Pública Municipal pela Lei nº 567 de 18 de maio de 1965.

Muitos acreditam que a proximidade com o Bom das Bocas causou o enfraquecimento da escola que teve nomes importantes no carnaval trirriense. Contam os mais antigos carnavalescos da cidade que o Bom das Bocas nasceu de dissidentes da vizinha do mesmo bairro, que tinha uma distância de cerca de quase 200 metros da quadra antiga do Bom das Bocas, perto do pontilhão; agora quase 800 metros da nova quadra da verde e branco.

Em 2003, a escola foi lembrada no desfile hors concours da extinta Paraíso das Garças, do saudoso sambista Nemésio Gomes, que apresentou o enredo “O azul e branco deu saudade. Paraíso das Garças volta ao passado e traz Unidos da Caixa D´água de volta à passarela”, com samba do compositor carioca Helinho 107.

No próximo dia 16 (sábado), será apresentada a nova diretoria da agremiação que tem José Eduardo na presidência e Ricardo Black na vice-presidência. Na ocasião, a partir das 14h, haverá a transmissão do programa Ritmo dos Bailes — da rádio Show FM 100,9Mhz — e ainda apresentação do grupo Night Samba Show, grupo de dança e feijoada por apenas R$ 20.

Origem e fundadores


Segundo registros do extinto Jornal O Cartaz, em primeiro de março de 1945, os moradores do bairro da Caixa D’Água reuniram-se na residência do saudoso sambista Brasilino Alves, com o objetivo de formar um pequeno bloco, o que foi feito, apresentando-se pela primeira vez composto somente por rapazes, no carnaval daquele ano. Em 1946, resolveram transformar o bloco em Escola de Samba, desta vez com a participação de mulheres. O nome da azul e branco originou-se do próprio bairro, onde existia uma grande caixa d’água que abastecia a Estação da Central do Brasil e o Depósito existente na época, ao lado, e mais ainda pelo fato de todos os membros residirem no referido bairro.

Constam como fundadores: Brasilino Alves, Eurídice Dias Alves, Sebastião José dos Santos, Ciro dos Santos, Filomeno de Oliveira, João Ferreira de Matos, Haroldo Barbosa, Júlio Ramos, Floriano Antunes, Mario Antenor (todos falecidos); Jorge Vergílio Dias (primeiro presidente); Francisco Duarte Filho, o "Chiquinho"; Sebastião Dias (o popular Alão), Brasilino Dias; Félix Roberto Martins; Jaime Pereira; Germiniano Duarte (o Inhana Foguete); Petronílio de Oliveira, Roberto Nelson dos Santos; José Vergílio; Darcy Antônio da Cruz; Sebastião Augusto Salles; José de Oliveira Sobrino; Almerinda da Conceição; Maria da Conceição Pereira; Aparecida Pereira; Nilo Victor (o Biguá); José Ferreira; Onete Alves da Silva; Inêz de Souza; Donária da Silva; Oswaldo Bonfim; Arthur Neves de Oliveira (o Ilustrado); Hemitério de Oliveira; João Coelho; Augusto Marcelino; Diná Dias; Suzana de Oliveira; Luiza Alves Viana; Maria Alves Viana; Julieta Almerinda Alves; Natalina Barbosa; Vitalina Barbosa; Vanilda de Oliveira; e Maria da Matta.
Integrantes da escola de samba após um desfile: Célia Justino (à esq.), Sebastião Dias , o "Alão", um dos fundadores da agremiação, Nadir dos Santos, ladeados por duas meninas da ala de baianinhas


Desfiles


De 1946 a 1960 participou dos desfiles trirrienses apresentando vários temas nacionais, deslumbrando a todos os presentes nos bons tempos, que não voltam mais, como fizeram questão de frisar na época dois baluartes da azul e branco, sendo que no último ano apresentou o enredo "Brasília, a Oitava Maravilha", de autoria da saudosa sambista Maria Paixão Almeida.

De 1961 a 1970; período de recesso, motivado pela compra do terreno e construção da atual sede própria.

O último desfile realizado pela Unidos do Caixa D´água aconteceu em 1978, quando apresentou-se na Avenida Beira-Rio (atual Alberto Lavinas) com o enredo “Exaltação à Madureira”. Naquele ano, a escola ficou em 4º lugar, atrás do Bambas do Ritmo (campeã), Bom das Bocas (2º lugar) e Mocidade Independente de Vila Isabel (3º). O samba foi assinado pelos compositores Mestre Amaro, Heleno Pretinho e Sérgio Grillo.

Contrariando os versos do refrão do samba de enredo de 78, “Quem samba fica/ Não vai embora”, a escola enrolou a bandeira e desde então não desfilou, mas manteve atividades no Clube que dá seu nome oficial: Clube Recreativo e Escola de Samba Unidos da Caixa D´água.





full-width

Comentar

Postagem Anterior Próxima Postagem