15º Intereclesial de CEBs por uma Igreja que uma fé e vida (II)

O Encontro das CEBs em Rondonópolis está muito forte na consciência de todos os cristãos que buscam unir espiritualidade e compromisso sócio-político-econômico. Assim damos continuidade, nessa edição do Entre-Rios Jornal, na partilha de alguns depoimentos testemunhais consequentes

O bispo da Diocese de Floresta (PE), membro da Comissão Episcopal para o Laicato da CNBB e bispo referencial para as CEBs, Dom Gabriel Marchesi, afirmou que é necessário lembrar que a verdadeira fé deve incluir não apenas o coração e a mente, mas também os pés e as mãos, ou seja, cada cristão é chamado e enviado na totalidade do seu ser. É assim que Deus “nos envia aos irmãos e as irmãs para fazer com que o amor dele, que não tem limite, chegue em todos os cantos, em todas as circunstâncias, não somente como promessa para uma plenitude que acontecerá no futuro, mas também como realização a partir do hoje, em que somos chamados a fazer com que, aqui e agora, venha o Reino de Deus”, enfatizou.

O bispo relembrou ainda que o Intereclesial, que já acontece há 50 anos, não é um acontecimento isolado, mas é parte de uma caminha da história da CEBs, e tem o objetivo de atualizar os rumos e animar as comunidades para a caminhada. A vida, assegurou o bispo, é ‘ponto central’ do tema “Igreja em saída na defesa da vida plena para todos e todas”, porque desde sempre, mas do que nunca nestes tempos atuais, “é uma vida ameaçada”. Segundo ele, as CEBs têm por objetivo fazer com que “o abraço de Deus, chegue todos e todas, especialmente os que experimentam a rejeição, a marginalização e as vezes, a desconfiança da sociedade e até da própria Igreja”.

À luz do pedido Papa Francisco às CEBs que garantam uma Igreja sempre em saída, a Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara (ABEFC) também se fez presente. E o Pe. Vilson Groh, de Santa Catarina, reforçou a importância de tornar a pauta do pacto econômico como fundamental, "materializando" a partir do que diz o Papa de 'realmar' a economia: "materializar a partir dos pobres, das periferias, criando alternativas: bancos comunitários, microcrédito, economia solidária". O Pontífice destacou ainda a importância de "ser Igreja em saída", caminhando e trabalhando juntos para ser mais fortes: “Que a Igreja de vocês seja sempre 'em saída', não escondida.”

Os padres Vilson Groh, de Santa Catarina, e Edson Thomassim, do Rio Grande do Sul, juntamente com o jovem gaúcho Andrei Thomaz Oss-Emer, reforçaram a importância de tornar a pauta do pacto econômico como fundamental. Então, materializar a partir dos empobrecidos, das periferias é criar as alternativas. “O importante é que tenhamos a coragem de avançar, de encarnar a partir dos pobres e chamar a juventude das universidades e materializar isso concretamente nas casas de Francisco e Clara", reforçou o Pe. Vilson.

O arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, Dom Jaime Spengler, participou do encontro onde conversou e ouviu os grupos de representantes das Comunidades Eclesiais de Base. “O próprio título do encontro já diz sobre sua natureza: ‘Intereclesial’. Isto é, pessoas, homens e mulheres que caminham com a Igreja e pretendem promover vida plena a partir da participação e do senso de corresponsabilidade por essa mesma Igreja”, disse. Ressaltou que a participação de 1.500 pessoas representando as comunidades eclesiais de todo país é expressão do engajamento e da dedicação de muitos. “Que possamos, verdadeiramente, compreender o que significa viver a fé no seio da comunidade eclesial. Porque é em comunidade que nós nos salvamos e podemos construir o novo que todos almejamos. Certamente o Papa Francisco nos inspira e orienta”, ressaltou.

Medoro, irmão menor-padre pecador

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