Em busca da excelência – Parte III

Há alguns anos tenho dito que: “o segredo dos milagres reside em saber contemplar os detalhes”. Para isso, se faz necessário ter atenção em uma realidade contemporânea cada vez mais dinâmica e volátil.

É cientificamente comprovado que o universo é energia em movimento e que essa energia se transforma, sendo assim, podemos perceber seres humanos em diferentes estados, com diferentes posturas, conforme mencionado em artigos anteriores dessa série, e, em demais oportunidade ao longo dos anos.

Hoje, posso enxergar o mundo um pouco melhor do que antes, percebo melhor os comportamentos humanos e como isso pode afetar os contextos pessoais, organizacionais/corporativos, educacionais, ambientais e sociais de modo geral.

Ao longo dos anos tenho tido a oportunidade divina de poder interagir através de diferentes formas, com milhares de pessoas.

Como ser humano que observa os comportamentos, tenho percebido verdadeiros milagres, mas, inúmeras tempestades.

Mencionei interiormente o conceito de mais para menos, mais ou menos, e mais para mais, ressaltando a diferença de perfeito para o perfectível, e, que, mencionei os estados das pessoas, não as pessoas em si, pois, são um universo em expansão, que podem se transformar para melhor, beber da fonte da estagnação ou piorar de comportamento. Vale lembrar que até fazer nada é fazer algo...

Tenho percebido cada dia mais que a vida na realidade coletiva é algo muito subjetivo, mas, que o que se é na vida, tem muita ligação com os frutos disso...

Tenho percebido, que a maior parte das pessoas não estão verdadeiramente comprometidas em dar o seu melhor, que não estão tão engajadas como poderiam. Que a indisciplina, procrastinação, síndrome do impostor, burnout digital, e outras esferas tem se mostrado cada dia mais presentes nas salas de aula da vida, onde estamos todos matriculados, e nunca sabemos quando seremos chamados para a formatura”...

Sequer pensam muito em valorizar o próprio tempo e energia, buscando trilhar o caminho da melhoria contínua; mesmo nos pequenos gestos.

Com o passar dos anos tenho amadurecido cada vez mais, e tenho percebido o quanto boa parte da população, não compreende a diferença entre viver e sobreviver, vindo a “sobreviver no modo automático”.

Sei que essa obra literária toca em muitas feridas, mas, é um relato sincero de como andam boa parte dos nossos barcos, no entanto, acredito que, bons barcos podem ser reformados e velejar pelos mares apresentando bons resultados.

Muitos desses “barcos”, são pessoas que estão no estado mais para menos, e que realmente não querem deixar as amarras, as âncoras, os grilhões, que os deixam atrelados ao lamaçal, a sujidade, aos caminhos mais tóxicos; quanto a esses, só podemos torcer para que conheçam e que busquem trilhar o caminho da busca, de se tornarem versões melhores, e melhores para as outras pessoas se assim desejarem, pois, existe o livre arbítrio...

Há alguns anos ganhei uma ave de rapina de brinquedo da minha mãe. Trata-se de uma águia. Algo interessante sobre elas é que elas precisam aprender a voar sozinhas e seguir uma disciplina.

Por vezes elas se deparam com serpentes, e as serpentes utilizam de inúmeras artimanhas para conseguir obter êxito, sabendo das capacidades das serpentes, com o passar do tempo as águias começaram a fazer o que sabem fazer melhor, voar alto; elas pegam as serpentes e as levam para o céu, lá, as serpentes tóxicas perdem sua capacidade de fazer as suas artimanhas, e as águias por vezes, as soltam em pleno ar, nesse momento as serpentes devem perceber, que serpentes são serpentes e que águias são águias.

As águias não buscam ser melhores do que os outros seres vivos, elas simplesmente nasceram águias, gostam e precisam voar, e, isso daria uma belíssima reflexão mais extensa, mas, gostaria de ressaltar que a águia no contexto da obra literária aqui apresentada, pode representar o indivíduo humano tendo que lidar com as adversidades do dia a dia, algo que exige sabedoria, e, por vezes, muito jogo de cintura... ainda mais quando se trata de lidar com pessoas que estão em variados tipos de estados, com variados tipos comportamentais, com variados perfis e que às vezes caem de paraquedas no convívio social, que nem sempre está preparado para lidar com determinados tipos de comportamentos, de toxidade de certas pessoas que se encontram perdidas e que precisam de ajuda.

Por isso é importante compreender o que é ter propósito, objetivos, metas, métodos e ter disciplina para poder seguir uma caminhada com maior foco e destreza, mesmo que surjam obstáculos.

Sabemos que existem pessoas de todos os jeitos, e, cada pessoa é peculiar e um universo em expansão, então, por mais doloroso que seja para os mais para mais, e para os que desejam muito ajudar, é necessário compreender que nem todos estão na busca, que nem todos querem dar o seu melhor, que nem todos buscam a excelência, que nem todos fazem uso do bom senso.

Infelizmente, muitos desses ficarão pelos caminhos vivendo por anos e anos, vidas sem sentidos, e por conta disso, por qualquer coisa, por conta de suas zonas de confortos, se sentirão ofendidos e poderão ofender e se sentir incomodados com os que estão na busca batendo asas, mesmo com as adversidades e com os obstáculos, que não são poucos, pois, cada um tem a sua história...

Outro ponto que chama muito a atenção, é o quanto quem está na busca incomoda muitas pessoas que estão na zona de conforto, e no estado mais para menos, ou, mais ou menos. É algo muito perceptível em todos os ambientes.

Por vezes, muitas pessoas confundem as boas intenções, a boa-fé das pessoas que estão na busca por dar o seu melhor, e que pagam uma alto preço em diversas áreas da vida para poder bater asas e serem mais úteis em prol da excelência, com pessoas que almejam alguns minutos para compartilharem seus conhecimentos. Vale ressaltar que muitas pessoas sequer gostam de compartilhar “verdadeiramente” seus conhecimentos, e que “a vida não é um concurso de popularidade”.

uem começa a dar passos no caminho da sabedoria compreende isso, e tem como valor a gratidão e a humildade, humildade de querer aprender e de ensinar, não guardando conhecimentos que podem ajudar a melhorar a vida de outras pessoas.

Ainda sobre as águias... elas encontram inúmeros obstáculos na vida, se ferem, possuem cicatrizes e machucaduras, passam por mudanças, por vezes estão voando e chegam outras aves para provocá-las, simplesmente, por serem aves que voam alto, e formam grupos a cercando e bicando para que ela possa ficar desestabilizada durante o voo, entretanto, as águias precisam ser fortes, então, a águia, eleva o nível, ela sobe de patamar, voa mais alto, algumas aves começam a ficar para trás, porque na verdade elas não querem ver a águia voando, mas, não estão dispostas a pagar o preço de subir o nível para isso, gastando um alto nível de tempo e energia, que envolve riscos, mas, algumas ainda a seguem, e, ela utiliza a mesma estratégia, até que ela voa tão alto, tão alto, que nenhuma daquelas aves tem como atingi-la mais com suas bicadas.

E assim também acontece na vida, esse é um cenário que não é tão simples de lidar, mas, que precisamos alinhar em prol da busca da excelência com muita inteligência e sabedoria.

As águias precisam ser deixadas de certo modo por seus familiares em determinado momento da sua existência, para que possam aprender a bater asas e alçar voos em prol de sua autonomia.

As águias nos ensinam muito quando o assunto é foco e versatilidade. Elas não receiam tempestades ou o calor escaldante, estão sempre a procura de alimentos frescos e não se contentam com restos ou migalhas, algo que envolve desafios constantes.

Vale destacar, que algumas das maiores virtudes das águias são: disciplina, foco, destreza, agilidade, velocidade, estratégia, resiliência e força.
 
Por Jhean Garcia
Imagem: Pixabay

Comentar

Postagem Anterior Próxima Postagem