Papalagui é o ser humano, o homem branco, o estrangeiro visto pelos nativos dos mares do Sul, em especial pelo Tuiávii, habitante da aldeia de Tiavéa, na pequena e longínqua ilha de Upolu e que faz parte do arquipélago de Samoa, na Polinésia.
Tuiávii era o senhor e chefe mais importante da aldeia. Um gigante de dois metros de altura, de estrutura robusta, mas de contrastante voz suave e branda. “Ele via as coisas e os fenômenos da vida com a honestidade de uma criança.”
O jornalista alemão Erich Scheurmann viveu e conviveu nessa comunidade por mais de um ano. E Tuiávii só se abriu com ele, permitiu-lhe escutar trechos de seus apontamentos depois que se tornaram amigos.
Segundo Erich, esses apontamentos destinavam-se apenas ao “trabalho missionário” que o próprio Tuiávii tencionava realizar, conclamando
seu povo a se libertar do fascínio do “branco”, do europeu. Tuiávii não “consegue reconhecer em que reside o alto valor da cultura europeia, se
esta aliena o homem de si mesmo, o torna inautêntico e mais o desnatura.”
Quando Erich decide publicar, em livro, as falas deste nativo é porque
estava convencido de que, “para nós,
brancos instruídos, pode ser útil conhecer a forma como nos vê, a nós e a nossa
cultura, um indivíduo estreitamente ligado à natureza. E nos ajudaria a
descobrir em que nós perdemos o sentido sagrado do homem, criando, em
compensação, ídolos sem vida”.
Com simplicidade e sabedoria, as
páginas do livro “O Papalagui” nos
revelam verdadeiras lições de vida. Mostram-nos o que somos incapazes de
perceber. Falam-nos sobre nossas casas, uma montanha de coisas inúteis,
desnecessárias que acumulamos dentro delas. Falam-nos sobre o dinheiro – os
nativos não conhecem a noção do furto, roubo, porque tudo pertence a todos; e
tudo pertence a Deus. Sobre a “grave doença” que é pensar sem parar: “Metem-se na cabeça das crianças tantos
pensamentos quanto se pode. Só as mais sadias repelem esses pensamentos, ou
deixam que lhes passem pelo espírito como se fosse uma rede. Já não resta
espaço para que a luz penetre.”
É claro que nesse nosso mundo, em
muita coisa, não conseguiríamos viver como os nativos do arquipélago de Samoa,
na Oceania, orientados pelo Tuiávii. Mas
suas advertências, seus depoimentos, publicados pelo jornalista Erich Scheurmann, nos dão verdadeiras e
belíssimas lições de vida. Há muita sabedoria em sua simplicidade, em suas
palavras. Para Tuiávii, para Deus, o
ser humano é o que realmente conta. Tudo mais é apenas detalhe.
E como estou entre os muitos que
pensam sem parar, e isto é uma doença, vou tentar esquecer e expulsar alguns
pensamentos...
Papalagui é o ser
humano, o homem branco, o estrangeiro visto pelos nativos dos mares do Sul, em
especial pelo Tuiávii, habitante da
aldeia de Tiavéa, na pequena e longínqua ilha de Upolu e que faz parte do
arquipélago de Samoa, na Polinésia.
Tuiávii era o senhor e chefe mais importante da aldeia. Um gigante de
dois metros de altura, de estrutura robusta, mas de contrastante voz suave e
branda. “Ele via as coisas e os fenômenos
da vida com a honestidade de uma criança.” O jornalista alemão Erich Scheurmann viveu e conviveu nessa
comunidade por mais de um ano. E Tuiávii
só se abriu com ele, permitiu-lhe escutar trechos de seus apontamentos depois
que se tornaram amigos.
Segundo Erich, esses apontamentos destinavam-se apenas ao “trabalho missionário” que o próprio Tuiávii tencionava realizar, conclamando
seu povo a se libertar do fascínio do “branco”, do europeu. Tuiávii não “consegue reconhecer em que reside o alto valor da cultura europeia, se
esta aliena o homem de si mesmo, o torna inautêntico e mais o desnatura.”
Quando Erich decide publicar, em livro, as falas deste nativo é porque
estava convencido de que, “para nós,
brancos instruídos, pode ser útil conhecer a forma como nos vê, a nós e a nossa
cultura, um indivíduo estreitamente ligado à natureza. E nos ajudaria a
descobrir em que nós perdemos o sentido sagrado do homem, criando, em
compensação, ídolos sem vida”.
Com simplicidade e sabedoria, as
páginas do livro “O Papalagui” nos
revelam verdadeiras lições de vida. Mostram-nos o que somos incapazes de
perceber. Falam-nos sobre nossas casas, uma montanha de coisas inúteis,
desnecessárias que acumulamos dentro delas. Falam-nos sobre o dinheiro – os
nativos não conhecem a noção do furto, roubo, porque tudo pertence a todos; e
tudo pertence a Deus. Sobre a “grave doença” que é pensar sem parar: “Metem-se na cabeça das crianças tantos
pensamentos quanto se pode. Só as mais sadias repelem esses pensamentos, ou
deixam que lhes passem pelo espírito como se fosse uma rede. Já não resta
espaço para que a luz penetre.”
É claro que nesse nosso mundo, em
muita coisa, não conseguiríamos viver como os nativos do arquipélago de Samoa,
na Oceania, orientados pelo Tuiávii. Mas
suas advertências, seus depoimentos, publicados pelo jornalista Erich Scheurmann, nos dão verdadeiras e
belíssimas lições de vida. Há muita sabedoria em sua simplicidade, em suas
palavras. Para Tuiávii, para Deus, o
ser humano é o que realmente conta. Tudo mais é apenas detalhe.
E como estou entre os muitos que
pensam sem parar, e isto é uma doença, vou tentar esquecer e expulsar alguns
pensamentos...
Por Izabela Daud
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