Um treinador que tem a nossa cara

Nessa hora em que as vagas estão abertas para a nova comissão técnica da seleção brasileira, gostaria de apresentar o meu candidato: Renato Gaúcho.

Um país precisa ter no comando de sua maior paixão, o futebol, um cidadão que tem a sua cara. Ou o atual treinador campeão do mundo não tem os traços argentinos?

Renato representa o que somos enquanto miscigenados: é habilidoso, debochado e otimista. É competente e divertido. Gosta de praia, da Garota de Ipanema e de um chope gelado. E não há quem duvide de sua capacidade.

E como jogador, foi um dos melhores. Como treinador não fica devendo, em experiências e conquistas, nada a nenhum dos nossos.

Nada contra Ancelotti, mas quando o garoto africano vê a sua imagens branca e sisuda deste italiano no banco, ele vai estranhar porque o Brasil, que apareceu representado no Miss Universo por uma morena suntuosa e faceira, se tornou tão pálido na telinha da sua televisão.

Ancelotti dirige quem ele pede. E, mesmo assim, nâo será campeão espanhol. E o Real Madrid não lhe nega nada. Renato dirige apenas o que o Grêmio pode lhe conceder. E, mesmo assim, levantou um outro título. E dos mais difíceis.

O Brasil precisa valorizar o brasileiro. Desse jeito, sem ajuda de Jesus e seus apóstolos VPs, alcançamos cinco títulos mundiais. Até 2002, a maioria dos jogadores jogavam por aqui, realizavam sua pré temporada em nossas estâncias hidrominerais e tinham o torcedor colado no alambrado.

Se vier o Ancelloti, melhor a CBF levar a sua sede para Londres e iniciar cursos de língua italiana pelas escolinhas de futebol país afora.

Em suma, Ancelotti não me representa.

Renato Gaúcho, sim. Seria mais do que justo lhe conceder uma oportunidade. Depois, sim, será a vez de Fernando Diniz.

Por José Roberto Padilha

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