Relembremos, sem cessar, vossas dores e vosso amor!

São sempre preciosos esses quarenta dias e quarenta noites do tempo especial da Quaresma. Mas não suficientes para percorrermos e meditarmos sobre a vida, a morte e ressurreição de Jesus.

Segundo os Evangelhos, e sabendo que havia chegado a Sua hora de passar deste mundo para a Casa do Pai, Jesus não esqueceu de nenhum detalhe de sua memorável despedida.

No momento oportuno instruiu seus discípulos onde encontrar o lugar e como preparar a Ceia – Ceia do Amor, da Nova Aliança. No seu coração sabia tudo o que estava para acontecer.

Inclusive qual discípulo O iria trair. Que o pescador, amigo querido e o primeiro convidado a segui-Lo, iria negá-Lo três vezes. Segundo ainda – e sempre! – os Evangelhos, a sala já arrumada para a Ceia e a mesa preparada, Jesus tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura.

Derramou água numa bacia, abaixou-se e lavou e enxugou os pés dos discípulos, um a um. Terminado o Lava Pés, vestiu o manto novamente.

Dirigindo-se a todos eles, recomendou-lhes: “Eu, o Senhor e Mestre, vos lavei o pés. Também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo. Façais a mesma coisa que Eu fiz!” Chama-se Mandato esta cerimônia.

Nessa mesma noite, ao cortar o pão e oferecer o vinho, Jesus institui o sacramento da Eucaristia, fazendo-se alimento de amor.

O pão abençoado tornou-se o Seu corpo, pão da vida. E o vinho, o Seu sangue, tornou-se verdadeiramente bebida. “Fazei tudo isto em minha memória.” Nesse momento, Jesus instituía, também, o Sacerdócio, perpetuando-o aos seus sucessores.

Partindo dali, junto aos discípulos, Jesus se dirige para o monte das Oliveiras. Os Evangelhos dizem que eles seguiram cantando. Ali experimenta o abandono de alguns amigos e a traição de Judas. Preso, Jesus chega diante de Anás, Caifás, Pilatos e Herodes.

Não sabendo, nem encontrando argumentos para condenar Jesus, encontram uma alternativa: por ocasião da Páscoa, era permitido soltar um prisioneiro. A multidão pediu para soltar o malfeitor. Jesus é condenado e Pilatos “lava as mãos...”

Flagelado, coroado de espinhos, vestiram-No com um manto vermelho. Em suas mãos colocam uma vara. Zombando de Jesus, gritavam: “Salve, rei dos judeus!”

Em seguida, tiraram-Lhe estas vestimentas de rei e colocaram de volta as suas roupas. E O levaram para crucificar. Nesse percurso, Jesus consola as mulheres de Jerusalém.

Sugere-lhes que não chorem por Ele, mas pelos seus próprios filhos. Verônica, num gesto de carinho, consegue enxugar-Lhe o rosto.

E Jesus lhe recompensa com o retrato do Seu rosto impresso no pano. Maria e João, o discípulo amado, caminham juntos, um apoiando o outro. Diante do crucificado, a tudo assistem, em pé.

Suspenso na cruz, Jesus não pensa em Si mesmo. Suplica ao Pai que perdoe aos que Lhe maltratam. “Eles não sabem o que fazem!” Ao ladrão que reconheceu merecer o castigo e a morte, Jesus lhe diz: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso!” Olhando sua Mãe, diz-lhe: “Mulher, eis aí o teu filho!” E ao discípulo: “Eis aí a tua Mãe!” Conseguiu balbuciar: “Tenho sede!” Uma esponja molhada com vinagre, numa vara, foi o que Lhe ofereceram.

Então chega a hora derradeira. Não há mais o que fazer, o que esperar. Inclinando a cabeça, Jesus diz: “Tudo está consumado. Em vossas mãos, Pai, entrego o meu espírito.”

De seu lado, aberto pela lança de um dos soldados, jorraram sangue e água. Tudo o que foi anunciado pelos profetas, e pelo próprio Jesus, se cumpriu. Também estava escrito que Ele ressuscitaria, ao terceiro dia.

Podemos todos exultar e n’Ele nos alegrarmos, como está escrito no salmo 117. Maria Madalena, madrugando no sepulcro, foi a primeira pessoa a encontrar-se com Jesus. E a Seu pedido, foi correndo avisar aos discípulos.

No livro “Nossa Senhora aos sacerdotes, seus filhos prediletos”, à página nove, ela nos revela um segredo: “Abreviou-Lhe a vida o contemplar a dor da Mãe que assistia à sua atroz agonia. Mais que as dores físicas, o seu coração de Filho não pôde resistir a este indizível suplício. Mãe – foi a sua última palavra, o forte brado com que expirou na cruz.

Feliz e abençoada Páscoa a todos!
Por Izabel Daud

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