Festa de São José Operário, paróquia de CEBs

Estamos às vésperas da tradicional e querida Festa de São José Operário, programada para os próximos dias 28 de abril (sexta-feira) a 01 de maio (segunda-feira).

Ele é o padroeiro da paróquia que congrega as cinco CEBs-Comunidades Eclesiais de Base, nos nossos bairros trirrienses do Triângulo, Moura Brasil, Pilões, Ponto Azul e Ponte das Garças.

Paróquia criada pelo influxo do Concílio Vaticano II, em 1985, na emergente cidade industrial do Estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de acompanhar o mundo operário, na promoção da fé, da justiça, da fraternura e da paz.

Nesse ano de 2023 estamos sintonizados com a Igreja do Brasil que prepara o 15º Encontro das CEBs, em Rondonópolis, Rm, em julho próximo. E tivemos o privilégio de acolher os fiéis das dioceses do nosso estado, delegados a esse encontro.

Uma reunião produtiva, acontecida no último dia 21 de abril à luz da Carta às Comunidades – nº 14 – recebida de Rondonópolis, e datada de 15 de abril de 2023, sob o tema: “CEBs,Sinodalidade e Democracia”, a qual transcrevemos a seguir.

Amigas e amigos das CEBs, irmãs e irmãos em Cristo,

Cristo Ressuscitou! Aleluia! Aleluia!

Estamos vivenciando o espírito Pascal, tempo em que nossas esperanças se renovam e reacendem-se na direção de uma Igreja toda ela Sinodal e um mundo mais justo, solidário e democrático.

Com o avançar do tempo, vamos nos aproximando do grande Encontro das Comunidades Eclesiais de Base, e este tempo que o antecede, é o momento propício para nos prepararmos fortalecendo nossa caminhada.

Recentemente vivenciamos o mês de março, mês de referência na luta pelos Direitos das mulheres. Infelizmente, o Brasil não é exemplo para o mundo no tratamento igualitário e respeitoso às mulheres.

Aos poucos, elas conquistam direitos já previstos em lei, mas sua execução deixa muito a desejar. Não é democrática, uma nação onde a maioria das pessoas não tenha direitos iguais em equidade de oportunidades.

Pelo contrário, uma sociedade capitalista e patriarcal cheia de privilégios, machismos, superioridades e violências, não comporta uma convivência democrática.

Democracia não significa apenas ter direitos iguais politicamente. Muito menos pode ser entendida apenas como liberdade de expressão, inclusive liberdade de mentir ou de enganar. Passamos por experiências muito dolorosas em nosso País, especialmente nos últimos anos.

O sentido verdadeiro da Democracia está no acesso aos direitos básicos, comida em primeiro lugar, moradia digna, saúde, educação, lazer, transporte e tudo o que a Constituição Brasileira de 1988 garante, como direitos para toda a população. E nesse ponto, ainda há muita coisa a ser feita. Precisamos avançar…

Assim como precisamos avançar na igualdade de direitos e no exercício da Democracia em nossa sociedade, também no âmbito da Igreja, que enquanto estrutura social, sofre as mesmas mazelas da sociedade, este avanço se faz necessário.

O Papa Francisco está muito consciente disso e tem chamado a atenção sobre alguns fatos que precisam ser mudados em nosso meio.

Não se pode tapar o sol com a peneira e negar que mulheres na Igreja Católica e nas nossas Comunidades não conquistaram um lugar adequado.

Há ainda um longo caminho para que haja na estrutura da Igreja, atitudes respeitosas e atenciosas que Jesus adotou no seu tempo – inclusive, contrário aos costumes machistas e dominantes de seu tempo – no tratamento de suas companheiras.

É pena que depois de poucas décadas de existência, a Igreja tenha esquecido este exemplo do Mestre e se curvado diante das conveniências político-sociais da época.

Contudo, também para o “povo de Deus” na Igreja, não existe um padrão de igualdade. Há uma estratificação hierárquica que deve ser repensada e modificada nas estruturas eclesiais, desde a sua base: Comunidades Eclesiais de Base, paróquias, dioceses e cúria romana. Também aqui, o Papa Francisco é um marco.

Convocou justamente o Sínodo sobre sinodalidade com o objetivo de envolver a totalidade do Povo de Deus no diálogo, sobre os rumos da Igreja em nossos tempos, que são diferentes de épocas nem tão distantes.

Para nós cristãs e cristãos, existem ainda muitos caminhos a serem percorridos, para nos aproximar do sonho do Mestre Jesus. Seu mandamento é claro: pão em todas as mesas!

Quem tem fome, sede ou outra carência deve estar no centro de nossas atenções; não deve haver ambição pelo poder, pelos primeiros lugares entre nós; o menor deve ser tratado com a prioridade que merece.

E quem é convocado para exercer alguns ministérios, o faça com espírito de serviço, não de mandante que dá ordens.

A escuta deve ser a principal característica de quem ocupa alguma responsabilidade e, após ter escutado a necessidade ou opinião de seu semelhante, “responde” a fim de tornar nossa convivência mais amorosa, mais justa, mais equitativa. Assim caminha a Igreja Sinodal!

Minhas companheiras e meus companheiros, uma longa estrada se abre à nossa frente, tanto na Igreja como na sociedade, para que o Reino de Deus e sua Justiça se façam presente entre nós.

E nosso 15º Intereclesial quer dar uma contribuição para andarmos com coragem, dedicação e resiliência nesta estrada da sinodalidade e democracia.

Que Deus nos abençoe, sempre!

Medoro, irmão menor-padre pecador

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