Bióloga trirriense é aprovada em dez universidades para mestrado no Reino Unido e cria vaquinha online para custear parte das despesas

Bióloga Úrsula Kopke criou uma vaquinha virtual para custear parte das despesas e almeja arrecadar R$ 50 mil. Foto: Divulgação/ Arquivo Pessoal


A bióloga Úrsula Kopke, de 30 anos, foi aprovada em dez universidades do Reino Unido para cursar mestrado em Genética Médica. Natural de Três Rios, ela se prepara para viajar em setembro, mas ainda precisa de ajuda para custear parte da viagem e estadia.

Para realizar o sonho, a estudante criou uma vaquinha virtual e almeja arrecadar R$ 50 mil. Graduada em Biotecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela conta que a oportunidade de estudar no exterior surgiu após uma trajetória de resiliência, autoconhecimento e muita dedicação.

“Todo o processo foi feito de forma independente, desde o contato com as universidades, até a busca de tradutores de documentos e provas a serem feitas. O não eu já tinha, então resolvi arriscar. Foi bem lento e burocrático, mas deu certo. O dinheiro que vou angariar com o fundo será de extrema importância e ainda continuarei trabalhando por lá para conseguir me manter”, relatou.

 



Além da vocação pela a área, Úrsula possui um motivo ainda mais especial para seguir o sonho: homenagear a avó, que faleceu há dez anos por conta de um câncer no intestino.

“Naquela época, não havia muitas técnicas moleculares não invasivas para diagnosticar o câncer, nem profissionais com qualificação em genética disponíveis nas proximidades para apoiá-la. Ela morreu porque os cuidados em saúde no meu país visam tratar doenças, não as prevenir, e eu resolvi fazer algo a respeito disso”, detalhou.

Hoje, pronta para seguir no mestrado da área biológica, a trirriense relata que seu caminho até a carreira acadêmica não foi tão direto e previsível e acabou contando com muitas mudanças e coincidências.

Em 2012, ela iniciou graduação em Comunicação Social pela Associação Educacional Dom Bosco, em Resende, e parecia decidida a embarcar na área. 

No entanto, tudo mudou após uma ida a um congresso internacional de neurociência aplicada ao marketing, onde conheceu pesquisadores do mundo todo.

“Aquele foi o primeiro contato que eu tive com a área científica de verdade. E foi a sementinha de tudo, porque eu voltei para casa determinada a escrever um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre neurociência aplicada ao marketing, mesmo sem ter nenhum professor da área pra me ajudar”, relembrou.

Livro 'Neurociência aplicada ao comportamento do consumidor: Como o neuromarketing pode ajudar empresas a entender melhor os seus consumidores' encontra-se disponível em amazon.com. Foto: Divulgação/ Arquivo Pessoal


O TCC foi aprovado, sendo posteriormente apresentado em um congresso na Universidade de Harvard (EUA), em 2016. A obra, intitulada ‘Neurociência aplicada ao comportamento do consumidor: Como o neuromarketing pode ajudar empresas a entender melhor os seus consumidores’, foi um sucesso e ainda pode ser adquirida em formato de livro no site da Amazon.

“Desde que entrei na faculdade, eu trabalhei e estudei, mas sempre com as contas apertadas. Quando veio essa oportunidade de ir para os EUA apresentar meu TCC, eu fiz um pedido de apoio financeiro para a minha faculdade, e eles custearam as passagens. Eu praticamente fiz um bate e volta para os EUA porque cheguei lá sexta, participei do congresso no final de semana, voltei na segunda e terça estava no trabalho de novo”, relatou.

Mesmo percebendo sua preferência pela área científica, Úrsula chegou a concluir a faculdade de Comunicação Social antes de seguir, de fato, para o caminho acadêmico. Ela iniciou, então, sua segunda graduação – agora em Biotecnologia, no Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA). 

Ao longo de 2018, foi presidente do Diretório Acadêmico de Ciências Biológicas e fez parte de um projeto de pesquisa sobre o perfil proteico de amostras de cães contaminados com Leishmaniose, que foi apresentado em um Colóquio, no mesmo ano.

Em 2021, após cursar a disciplina de genética humana, outra grande oportunidade: a então aluna conseguiu aprovação em um concorrido estágio no Laboratório de Genética Humana da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.
“Passei três meses sendo treinada em todas as principais técnicas moleculares do DNA, desde o sequenciamento até a plotagem de dados e análise com pesquisadores reconhecidos internacionalmente. O projeto ao qual me juntei era responsável por investigar as mutações genéticas que podem levar pessoas a ter obesidade. Os resultados parciais foram publicados no Anais do Simpósio de Genética Médica de Mato Grosso, no fim do ano passado”, conta orgulhosa.

Bióloga estagiou no Laboratório de Genética Humana da Fiocruz, no Rio de Janeiro. Foto: Divulgação/ Arquivo Pessoal


Ao terminar a graduação, em agosto de 2022, Úrsula decidiu seguir em frente com seu sonho de estudar fora.

O local escolhido, o Reino Unido, é pioneiro no mundo em produção científica e aplicação em saúde pública de genética médica. Agora, para conseguir viajar, ela conta com a ajuda de amigos e simpatizantes da causa. 

Como ajudar

Há alguns meses, Úrsula criou a vaquinha online, que pode ser acessada através do link ou pela conta do Instagram @ajudeaursula. Ela também disponibiliza um número de telefone para contato (24 99263-4919) e chave pix (ursulakopke@gmail.com).full-width

Comentar

Postagem Anterior Próxima Postagem