Ginecologista do Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição alerta para os sintomas e consequências da endometriose

Segundo dados do Ministério da Saúde, uma em cada dez mulheres sofre com endometriose. A doença é conhecida por causar cólicas intensas.

Contudo, muitas vezes, a banalização da dor feminina é um empecilho para chegar ao diagnóstico. Afinal, muitos acreditam se tratar de uma “besteira” ou que “é possível aguentar a dor mais um pouquinho”.

No mês dedicado a mulher, a ginecologista e obstetra do Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição, Dra. Paula Alves, esclarece alguns pontos sobre a doença.

A médica inicia falando das causas da endometriose: “Existem várias teorias que tentam justificar a fisiopatologia da endometriose por completo. Porém, nenhuma delas se explica sozinha. Acredita-se que o que justificaria a doença seria uma associação entre os fatores genético, imunológico e a menstruação retrógrada”, disse a especialista.

A partir da primeira menstruação, já é importante ficar atenta aos sinais. Os principais sintomas da endometriose são: fortes dores abdominais, dor ao evacuar, sangramento nas fezes, dor no momento da relação sexual e, em casos mais graves, infertilidade. Porém, vale ressaltar que nem sempre a mulher que é diagnosticada com a doença pode ser impedida ou ter dificuldade de engravidar.

Dr. Paula lembra, ainda, que não necessariamente a endometriose vem acompanhada de fortes dores, contudo o sintoma é comum na maioria dos casos. Sobre o diagnóstico, ela explica que o ideal é buscar o auxílio de um especialista assim que a mulher perceber algo fora da normalidade. No consultório, o médico irá analisar as queixas da paciente e indicará alguns exames para confirmarem o diagnóstico.

“Sabemos que tanto a ressonância nuclear magnética, quanto o Ultrassom transvaginal (realizado por profissional com experiência na doença) são os métodos eficazes para suspeição da endometriose. Outro exame que ajuda a confirmar as suspeitas é o histopatológico. Este é mais detalhado e consiste na análise microscópica de tecidos, órgãos e outras estruturas do corpo humano”, declara a ginecologista.

Segundo a especialista, ainda não se pode dizer que a endometriose tenha uma cura. Contudo, hoje a doença já pode ser controlada. Os sintomas leves podem ser tratados com hormonioterapia, por exemplo.

Já nos casos mais profundos, a exérese (retirada) dos focos endometrióticos trazem importante melhora nos sintomas.

Em alguns casos, é indicado até que sejam feitas cirurgias mais complexas, que exigem uma equipe multidisciplinar com experiência na doença. A avaliação do tratamento deve ser feita individualmente.

Outra aliada neste processo é a alimentação. Isto porque, alguns alimentos podem ser evitados a fim de amenizar os sintomas.

“Um grande estudo encontrou uma associação relativamente forte entre a endometriose e consumo de ácidos graxos trans, como: biscoitos, margarina, sorvete, bolos e tortas. Além disso, descobriu-se também um menor risco de endometriose com aumento do consumo de ácidos graxos ômega-3 de cadeia longa, como: peixes de água fria, sementes e vegetais”, finaliza a Dra. Paula.

Assessoria HCNSC
Imagem: Ilustrativafull-width

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