Pragmático

Reside algo oco e cheio em mim, num paradoxo controverso

Caminho entre os espinhos e abcessos em um universo peculiar do multiverso

Transito entre as matrizes energéticas e ondas eletromagnéticas

Sinto que sou apenas o que sou e não muito mais do mesmo


Despi-me de algumas máscaras talhadas no tempo

O elo perdido quase dissipou-se no universo fugaz desse aquário mundano inundado


Persiste algo oco e cheio em mim...

Talvez um ninho migratório

Algum tipo de fase ou crase aguda


Os vazios transcendem, diante desse mundo, um tanto quanto louco e oco

Encobri-me num casulo ou algum tipo de concha marítima, onde as ondas quebram as pedras e ocasionam rachaduras

Durmo pouco

Ando descalço entre os cacos

Como pouco

Alimento-me conforme o necessário

Penso muito

Ascendo

Transcendo

Escolho melhor os temperos e gostos

Despeço-me com mais facilidade do que não me cabe


Escrevo menos ultimamente

Apenas o necessário

Talvez tenha me tornado mais pragmático diante dos cenários

Mas ainda existem esperanças

Danças

Versos talhados com os cacos e calos

Risos de criança

Um coração valente, latente e selvagem


Deixei as bússolas pelos caminhos da viagem, mas ainda posso sentir os compassos e ouvir os pássaros

Sentir a natureza

Passo, a passo...

Por Jhean Carlos Garcia
Imagem: David Mark / Pixabay

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