Justificativas dos carnavais passados são consultadas para desfile de 2023

Evitar erros é a meta das diretorias para conseguir a nota 10 dos 18 jurados em nove quesitos

Foto: Jonair de Christo
O carnaval trirriense tem uma análise criteriosa de 18 jurados de fora da cidade para dar notas para nove quesitos durante o desfile das escolas de samba na Avenida Condessa do Rio Novo.

A avaliação é a mesma feita pelo julgamento do carnaval carioca, claro, dentro das proporções e características do desfile trirriense, para: Bateria, Evolução, Alegorias e Adereços, Harmonia, Mestre-Sala e Porta Bandeira, Enredo, Fantasia, Samba de Enredo e Comissão de Frente. Há alguns anos foi extinto, a exemplo do Rio de Janeiro, o quesito Conjunto.

Divulgadas pelo Entre-Rios Jornal nos carnavais anteriores, as justificativas são consultadas com maior frequência pelas diretorias com a proximidade do desfile para evitar erros durante as apresentações.

Mesmo sem ter recebido da organização do carnaval — agora sem a extinta Liest (Liga Independente das Escolas de Samba Trirrienses) — o regulamento e a posição dos módulos dos jurados na avenida, o que deve acontecer nos próximos dias, a imprensa costuma divulgar, antes do desfile, o posicionamento definido para que as escolas de samba saibam, por exemplo, como irão atuar diante dos módulos a comissão de frente e o primeiro casal de mestre-sala e porta bandeira, que representam dois quesitos e ficam a poucos metros de distância um do outro.

Desta forma, os coreógrafos das comissões de frente precisam saber como irão contar o tempo de suas apresentações para que a coreografia não atrapalhe o primeiro casal de mestre-sala e porta bandeira que também conta ponto e precisa de espaço e cronometragem para se apresentar diante dos dois jurados do quesito, sem deixar buracos, que podem prejudicar outros quesitos em julgamento. Qualquer deslize coloca um ano de muito trabalho por água abaixo.

Jurados justificam notas

Alguns erros são penalizados sem piedade pelos jurados e todos fazem suas argumentações por escrito em seus mapas de votação para justificar as penalidades aplicadas.

Alguns deslizes imperceptíveis para a maioria do público são visíveis para quem está julgando um determinado quesito.

O julgador está focado naquele quesito e com frieza e técnica observa cada detalhe. Podendo, como já aconteceu em carnavais passados, penalizar uma escola pelo desleixo de deixar um guarda-chuva sobre um carro alegórico.

Campeã de 2019, a Mocidade Independente de Vila Isabel recebeu de um dos jurados de alegorias e adereços a nota 9,8. As penalidades aplicadas, segundo o julgador, se deram porque o carro abre-alas passou diante do módulo com a iluminação apagada e um "rasgo no forro dianteiro do último carro e acabamento em madeira solto".

Décimos perdidos que podem ser preciosos no resultado final. De fato, a escola não foi prejudicada, mas essa perda de pontos em décimos, poderia ter tirado o título da escola. Vale ressaltar que, naquele ano, a Mocidade terminou empatada com o Bambas do Ritmo, vice-campeã, ambas com 179,4 pontos. A escola do Cantagalo acabou perdendo o título num quesito de desempate, na ordem determinada pelo regulamento. Enredo foi o quesito de desempate que deu o oitavo título da história da Mocidade da Vila.

No desfile de 2020, o julgador de bateria, penalizou a escola de samba Bom das Bocas porque, segundo ele, "a bateria passou rápido demais e não se apresentou o tempo suficiente para ser avaliada"; perda de 2 décimos preciosos.

Diante da crescente procura de vários segmentos pelas justificativas, resolvemos dar uma ajuda aos desfilantes, com os links para acesso às justificativas dos anos de 2017, 2018, 2019 e 2020. Por meio dos links, o acesso é direto às justificativas pretendidas pelos interessados.

Confiram os mapas de apuração dos dois últimos desfiles, com as notas atribuídas pelo júri oficial.


Apurações terminaram em tumulto

A disputa entre as escolas de samba do carnaval de Três Rios se tornou acirrada com o passar dos anos. A rivalidade já fez com que a Avenida Beira-Rio, palco do desfile de 1976, fosse transformada em cenário de guerra com uma quebradeira promovida por pessoas insatisfeitas com o resultado daquele ano que deu a vitória ao Bom das Bocas, campeão (211 pontos) com meio ponto de diferença para o segundo colocado, Bambas do Ritmo (210,5).

Tudo foi quebrado: cabines de jurados, arquibancadas, decoração que era usada na época e manilhas que separavam o público dos desfilantes.

Em 1987, por medida de segurança, a campeã Bambas do Ritmo, desfilou da Praça JK no sentido de sua quadra, na Avenida Ruy Barbosa, por conta de um resultado polêmico com vitória de meio ponto sobre o Bom das Bocas.


CARNAVAL 2017 https://arquivo.entreriosjornal.com/2017/03/29/liest-divulga-as-justificativas-dos-jurados-para-o-grupo-a/

CARNAVAL 2018 https://arquivo.entreriosjornal.com/2018/02/24/liest-divulga-justificativas-das-notas-do-grupo-a/

CARNAVAL 2019


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