O Gabriel nosso que ficou

Uma pena que esse rapaz. Gabriel Barbosa. não jogue na Europa para superar o instinto vira-latas que assola nossa ainda colonizada comissão técnica. Não basta colocar um terno de grife para dar ao Tite ares de Guardiola.

Ele precisa, para se portar como um Lorde, convocar o poderoso centroavante do Arsenal, Gabriel Martinelli, com 33 gols marcados na carreira.

E insistir, para parecer um Sir, com o decadente Gabriel Jesus, apenas por esse ainda atuar sob o fog londrino.

Para parecer chique, deixa no seu país tropical, abençoado por Deus, bonito por natureza, nosso maior atacante.

E mesmo assim não passa de um cafona, cujo blazer azul com ombreiras, esse sim poderia ter a grife Pearly King, que vive a renegar suas origens.

O que mais o Gabriel nosso que ficou precisa provar para merecer a convocação? Quanto mais importante a competição que dispute, não se encolhe. Ele se agiganta. Se supera. E decide.

Fui ao último Fla x Flu. E basta torcer para o outro lado para perceber a sua impressionante entrega na partida.

É uma luta incansável, o gol é buscado do começo ao fim. Não tem bola perdida. Enfrenta zagueiros, juiz, laterais e todo mundo.

Voltei de lá feliz pela vitória tricolor valorizada pela gloriosa luta desse rapaz durante os noventa minutos.

Em 1958, antes do embarque da nossa seleção, para a Copa da Suécia, Nelson Rodrigues chamava a atenção sobre nosso "Complexo de vira-latas". A posição de inferioridade em que o brasileiro, voluntariamente, se colocava diante do mundo.

Alguém precisar avisar ao Tite que ganhamos na Suécia. E que a partir do primeiro título mundial, nos tornamos uma referência no futebol, não mais uma nação subserviente aos europeus.

Não se escolhe um Gabriel pelos ares que respira, pelos euros que sua venda lucraria, pelo status que sua presença atrairia. Se escolhe um Gabriel centroavante pelos gols que marca.

E esse é o único critério que um retranqueiro como Tite não levaria em consideração.

Por José Roberto Padilha

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