Meio Ambiente - Conceitos Introdutórios - Conscientização e Sensibilização - Parte III



Dando continuidade e levando em consideração os assuntos anteriormente abordados; acredito que se mostra relevante destacar os paradigmas ambientais.

Os paradigmas ambientais são as formas como os seres humanos compreendem a natureza e acabam por agir nela.

Tratam-se de paradigmas compartilhados entre os humanos, que são classificados na literatura comumente como antropocêntricos e ecocêntricos.

O antropocentrismo é uma linha de pensamento que surgiu e ganhou força na Europa, no final da Idade Média.

Podemos perceber algumas semelhanças filosóficas e metafísicas a milhares de anos em determinadas crenças religiosas.

Trata-se de uma visão que coloca o homem no centro do cosmos, sugerindo desse modo que ele, como ator principal do contexto existencial deve ser o centro das ações.

O ecocentrismo por sua vez, representa uma linha filosófica mais voltada para o lado ecológico da moeda. Apresenta um sistema de valores mais centrado na natureza, que diverge do antropocentrismo.

Esse tipo de visão se assemelha muito a visão que muitos povos indígenas possuem, compreendendo que o ser humano faz parte da natureza possuindo valor equivalente ao dos outros seres vivos do planeta Terra.

Enxergando o mundo de tal forma, tendo em vista o homem como parte da natureza, o mesmo nesse cenário deve se comportar de forma harmoniosa e em estado de equilíbrio com a mesma, que faz parte do cosmos.

Se tratando de natureza, falando de cosmos, não poderia deixar de mencionar a ideia de “biosfera”, ideia inicialmente apresentada pelo ilustre historiador britânico Arnold J. Toynbee (1889 – 1975), que escreveu uma relevante obra intitulada “A humanidade e a mãe Terra”.

Na obra literária o autor diz que o planeta Terra é uma esfera de vida, sendo a Terra um ser vivo, tal como nós seres humanos que possuímos seres que compõem o nosso organismo pluricelular pulsante. Na ideia apresentada somos semelhantes a estes seres vivos que habitam em nós.

Temos conhecimento através de estudos científicos que a vida na Terra existe a bilhões de anos, há aproximadamente 5 bilhões de anos.

Sabemos que a vida transcende barreiras e ao próprio tempo, e que somos detentores de uma identidade com inúmeras ramificações, possuímos um DNA ancestral que surge da energia cósmica em trânsito e desenvolvimento.

Se olharmos por esse prisma, perceberemos que tudo é energia cósmica em trânsito e em processo de desenvolvimento.

A ciência contemporânea trabalha muito com a hipótese do Big Bang, teoria evolucionista desenvolvida a partir do século XX.

De um certo tempo para cá, algo não muito distante, tendo em vista os bilhões de anos do planeta Terra e do universo, a humanidade tem progredido muito através dos processos de difusão de conhecimentos, da informação e dos cenários criados através das novas tecnologias, tecnologias que precisam de matéria prima, elementos energéticos da força motriz universal.

Ao analisarmos o nosso contexto existencial, independente de nos alinharmos mais a teorias criacionistas, evolucionistas, outras existentes ou outras que venham a surgir, tendemos a concordar que a natureza de fato existe e que fazemos parte dela de algum modo, também sabemos que dependemos dela para existirmos, fica cada dia mais difícil imaginar a natureza sendo algo distante de nós, por mais evoluções, mutações e revoluções tecnológicas que possam vir a acontecer. O simples e ao mesmo tempo altamente complexo ato de respirar envolve a natureza...

A natureza simplesmente pode nos surpreender em toda a sua magnitude e nos seus mínimos detalhes. Não é por acaso que costumo dizer que: “o segredo de observar os milagres, consiste em contemplar os detalhes”.

A ciência tem estudado uma espécie de ave com menos de 15 centímetros que sai dos Estados Unidos e voa até o Brasil atravessando uma boa parte do oceano em busca de abrigo mais cedo do que o de costume em períodos anteriores aos grandes fenômenos climáticos capazes de ocasionar devastações imensuráveis.

O modo como isso acontece ainda é um mistério para a ciência, como muitos outros existentes, mas, independentemente do fato estar ligado ou não aos fatores climáticos, se mostra surpreendente uma ave que cabe na palma de uma mão conseguir atravessar uma boa parte do oceano em busca de melhores condições e abrigo.

Tudo isso por conta de energia... Imagine os desafios e obstáculos da travessia, e o quanto de capacidade perceptiva e de energia precisam para tal proeza...

Nosso lar, o planeta Terra, abriga inúmeras formas de vida, bilhões e bilhões, muitas sequer foram descobertas, estejam elas em terra firme ou nos cenários líquidos.

Algumas entraram em extinção sem ao menos terem sido catalogadas, sendo hoje para nós, um vento que soprou e que não conseguimos sentir em nossas velas.

Não surpreende que conheçamos mais outros planetas e nosso satélite natural do que o mar com toda a sua magnitude e profundidade.

Mas, algumas coisas tem chamado muito a atenção de pessoas que pensam pelo menos um pouco fora da caixa e com o mínimo de bom senso... Quais coisas?!...

Os impactos ambientais e sociais, as formas como estamos lidando e interferindo na natureza, e como, mesmo com inúmeros conhecimentos, aprendizados adquiridos através de erros e acertos, e novas tecnologias disponíveis, ainda interferimos e usufruímos dela de forma ineficaz em muitos contextos que podem e devem ser melhores trabalhados e desenvolvidos.

Nós, seres humanos, vivemos em uma fina camada do planeta Terra, denominada Crosta Terrestre. Trata-se de uma camada superficial, podemos dizer que é onde a maior parte das coisas perceptíveis para nós, seres humanos, acontece...

Na Crosta Terrestre e na parte líquida, seja ela marítima ou pertencente aos rios, podemos ver a olho nu e através de análises mais aprofundadas, os resultados do modo de vida humano, das culturas do consumo desenfreado e do desperdício, etc... As consequências dos atos humanos são de fato cada vez mais perceptíveis.

Estamos sentindo na pele. Tudo isso tem afetado o ciclo natural das coisas na Crosta Terrestre e ocasionado desiquilíbrios significativos.

Pode-se dizer que chegamos ao ponto de poluir até mesmo o espaço, com inúmeros lixos espaciais que podem vir a comprometer futuras missões de caráter significativo para a vida na Terra.

Nos vemos então, diante de desafios que precisam ser superados com maestria e apoio coletivo, mente aberta, planejamentos estratégicos, objetivos bem definidos, desdobramentos de metas, foco, conscientização, sensibilização e mudanças comportamentais.

Essa gama de necessidades ambientais e sociais pode ser atendida por meio dessas e de muitas outras medidas, mas, principalmente, através da educação...

Entramos então, na necessidade de “EDUCAÇÃO AMBIENTAL”, assunto que será abordado no próximo artigo... Até lá!...

Seja forte e corajoso. Não se apavore nem desanime.

Pore: Jhean Garcia

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